ANSIEDADE - III

Mt 6:31 e 32

Itamar de Paula Marques

31 – Por isso, não andeis preocupados dizendo: Que iremos comer? ou que iremos beber? ou que iremos vestir?

5) RAZÃO - Jesus resume os principais desejos dos gentios: comida, bebida e roupa. Todo o trabalho do homem é para sua boca, e, contudo não satisfaz o seu desejo. Eclesiastes 6:7. Os desejos não são errados, mas o indivíduo que passa a vida toda satisfazendo apenas os desejos da carne certamente não é um discípulo do reino. Jesus fazia um contraste dos desejos terrestres em comparação aos desejos espirituais.

NÃO ANDEIS PREOCUPADOS - A vida é mais importante do que o alimento, mas o reino de Deus tem mais importância que qualquer dos dois. O homem só deveria afanar-se pelo que é mais essencial[1]

 

DEUS PEDE O MELHOR DAS NOSSAS AFEIÇÕES

Um dos mais acentuados característicos dos habitantes da terra nos dias de Noé era seu intenso mundanismo. Faziam do comer e beber, comprar e vender, casar-se e dar-se em casamento, os supremos objetivos da vida. Não é pecaminoso, mas cumprimento de um dever, o comer e beber, se aquilo que é licito não é levado em excesso. O próprio Deus estabeleceu o casamento quando deu Eva a Adão. Todas as leis de Deus são maravilhosamente dispostas para satisfazerem a natureza do homem. O pecado dos antediluvianos consistia em perverter o que era em si mesmo legal. Corrompiam os dons de Deus com o empregá-los para servir seus próprios desejos egoístas.

O excessivo amor aquilo que é lícito em si mesmo, demonstra-se a ruína de milhares de almas. Dá-se muitas vezes coisas de menor importância o vigor do intelecto que devia ser inteiramente devotado a Deus. Precisamos guardar-nos sempre contra levar em excesso aquilo que, devidamente usado é coisa licita. Muitas almas se perdem por se empenharem naquilo que, usado convenientemente, não faz mal, mas que, pervertido e mal aplicado, torna-se pecaminoso e desmoralizante[2].

Se estamos sempre pensando nas coisas desta vida e por elas lutando, não podemos manter os pensamentos fixos nas coisas que são do céu. Satanás procura levar o espírito para longe de Deus, e fixá-lo nas modas, nos costumes, nas exigências do mundo, que trazem enfermidade e morte...

Cumpre-nos buscar aqui, neste mundo, o preparo para o mundo superior. Deus nos deixou um legado, e espera que empreguemos todas as nossas faculdades em ajudar e beneficiar nossos semelhantes. Pedem nossas melhores afeições, as mais elevadas faculdades[3].

 

Transformando a Pequena Fé em Grande Fé

Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Mateus 6:31.

Portanto é a palavra-chave de nosso verso bíblico de hoje. Portanto é a conjunção que une o que foi dito nos versos 25 a 30 com o que se segue a partir do verso 31. Portanto pressupõe que, se realmen­te pensarmos nas maravilhas da natureza, nas belezas naturais e na ma­neira como Deus cuida da natureza em termos de seres como aves e flo­res, não teremos motivo para nos preocupar com coisas como comida, be­bida e vestuário. Na verdade, nem seremos capazes de preocupar-nos.

Portanto implica que, se realmente começamos a compreender o que significa ter Deus como Pai, não teremos motivos para preocupar-nos com as necessidades básicas da vida. O problema com muitos cris­tãos é que não compreendem o que é ser filho de Deus; não veem Seus propósitos misericordiosos com respeito a nossa vida. Será impossível ficarmos preocupados, quando verdadeiramente aceitarmos a Deus co­mo nosso Pai pessoal.

Portanto também implica que a pequena fé pode transformar-se nu­ma grande fé quando aprendemos as lições que Jesus nos apresenta a res­peito tanto do lugar das posses materiais em nossa vida versos 19 a 24 co­mo da desnecessidade de preocupar-nos com essas coisas versos 25 a 34.

O ideal de todo seguidor de Jesus é possuir grande fé. A grande fé se constrói sobre as promessas da Bíblia e sobre a aplicação dessas pro­messas a todos os aspectos da vida. A grande fé é parte do portanto do verso 31. Ainda que, como cristãos, tenhamos que enfrentar prova­ções, problemas, aflições e tristezas, não precisamos temer, porque em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio Da­quele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do pre­sente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundi­dade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 8:37 e 38.

Senhor, ajuda-me hoje a tornar-me uma pessoa de grande fé. Per­mite, pelo Teu poder, que eu esqueça minha pequena fé para sempre[4].

 

32 - De fato, são os gentios que estão à procura de tudo isso: O vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de todas estas coisas.

5) RAZÃO - A ansiedade pelas coisas físicas faz parte da conduta dos gentios, os filhos de Deus podem contar a proteção do Pai celeste.

OS GENTIOS QUE ESTÃO A PROCURA - A luta por conseguir o material não é apropriada para os cidadãos do reino celestial. Não é correto que um filho de Deus deixe as coisas de valor eterno a fim de procurar o que não é melhor do que a erva do campo que hoje é, e amanhã se joga no forno. v. 30. Isaías 55:1 e 2; João 6:27[5].

Toda escritura ensina sobre a bondade de Deus. Os pagãos não tinham seus deuses como pais, e não esperavam muito de seus deuses.

Não oramos a Júpiter para fazer-nos bons, e, sim, para dar-nos benefícios materiais. Devemos orar a deus pedindo o dom da fortuna, mas a sabedoria precisamos adquirir por nós mesmos. Cícero.

Jesus passa a apresentar um argumento fundamental con­tra a preocupação. A preocupação, disse, é uma característica dos pagãos, e não dos que conhecem a Deus v. 32. A preocupação é em essência desconfiar de Deus. Tal desconfiança se pode entender em um pagão que crê num deus zeloso, caprichoso e imprevisível; porém é incompreensível em uma pessoa que tem aprendido a amar a Deus em nome do Pai. O cristão não pode se preocupar, porque crê no amor de Deus.

 

Quinto Argumento Contra a Preocupação

Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de tudo isso. Mateus 6:32.

O quinto argumento de Jesus contra a preocupação é que ela é pagã, se não for ateísta. Preocupar-se com bens materiais, reputação ou mesmo a salvação é agir como os que não possuem fé ou confiança. Uma característica de muitos gentios ou não crentes é ter toda a vida centralizada nas coisas que possuem. Ficam felizes ou infelizes confor­me ganham ou perdem as coisas.

Os pagãos aqui são aqueles que não têm fé em Deus e que se en­tregam às preocupações. Eles não entendem que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16. Não com­preendem a realidade de que o Criador é um Pai amoroso que cuida de cada pessoa com um amor que excede em muito ao amor humano. Lucas 15:11 a 32. Ainda não entenderam o fato de que Jesus está vol­tando à Terra para por um fim ao problema do pecado e preparar uma nova Terra para Seu povo, onde não mais haverá dor, doença, destrui­ção e morte: um lugar onde a fonte da preocupação humana não mais existirá. João 14:1 a 3; Apocalipse 21:1 a 4.

A preocupação é, em sua essência, desconfiança de Deus. O cris­tão preocupado é uma contradição. O crente não pode ser vencido pe­la preocupação porque conhece o amor de Deus e acredita nesse amor.

Quando compreendermos realmente nosso Deus, não teremos mais preocupações. Quando nos dermos conta do amor que Ele tem por nós, nossa ansiedade se dissipará como a névoa ao ser atingida pe­los cálidos raios do sol matinal.

Com a sugestão de que preocupar-se é agir como alguém que não conhece a Deus, Jesus atinge o clímax do Seu argumento contra a preocupação. Os preocupados não conseguiram aprender a lição da na­tureza, de que Deus cuida de Sua criação. A preocupação não é apenas uma coisa inútil; é também pagã. Nos dois versos a seguir Jesus irá su­gerir maneiras de vencer a preocupação[6].

 

Mundanos Espirituais

Então lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui. Lucas 12:15.

Mundanos espirituais! O mundo está cheio deles. A igreja está cheia deles.

Mas quem são eles? O que significa ser mundano espiritual? Talvez a melhor definição seja esta: pessoas que possuem um ponto de vista correto sobre a salvação, mas que são mundanas em seus pen­samentos sobre a vida em geral. Ou seja, elas são corretas quando falam sobre salvação, mas parecem pagãs quando falam sobre a vida diária: têm uma filosofia mundana. Andam preocupadas com casas, roupas e carros. Estão sempre falando sobre riquezas, bens e posições. São essas as coisas que realmente as dirigem. Dependem dessas coisas para serem felizes ou infelizes. Isso, diz Jesus, é ser como os gentios, ser como os que não conhecem a Jesus como Senhor, nem a Deus como Pai.

Os cristãos não são controlados por coisas. Sua felicidade central não vem da posse de coisas, nem sua infelicidade central deriva da per­da delas.

Ser um mundano espiritual é, sem dúvida, uma condição grave, da perspectiva do NT. Mas como as pessoas sabem se estão sofrendo desse mal?

Algumas perguntas podem nos ajudar a fazer o diagnóstico. Para onde, por exemplo, dirijo meus pensamentos quando tenho tempo li­vre? O que enfatizo mais em minhas conversas? O que me faz feliz ou infeliz? Quando acontece algo preocupante, minha reação é essencial­mente diferente daquela que eu teria se não fosse cristão?

A pura verdade é que as únicas coisas realmente valiosas são aque­las que continuarão a ter valor daqui a 10.000 anos. A perspectiva cris­tã da vida se encontra no extremo oposto tanto do mundanismo comum quanto do mundanismo espiritual.

Senhor, Tu sabes como é fácil para mim estabelecer prioridades er­radas. Ajuda-me hoje a deixar para trás todas as formas de mundanismo e marchar em direção à esfera do cristianismo autêntico[7].

6) RAZÃO - O Pai tem conhecimento de todas nossas necessidades, e sabe como provê-las. Deus sabe do que necessitamos e nos proporcionará[8].

O Pai Sabe

E o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. Filipenses 4:19.

Mateus 6:32 não diz que Deus ignora a necessidade que temos de coisas terrenas. Ao contrário, afirma que vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas, isto é, de comida, bebida e roupas. Do mes­mo modo, lemos no verso 8 que o vosso Pai sabe o de que tendes ne­cessidade, antes que Lho peçais.

Não temos somente um Pai que sabe de nossas necessidades; nós sabemos que temos esse Pai. São esses os pontos nos quais diferimos dos gentios.

Precisamos lembrar que jamais nos encontraremos numa situação ou estado alheios ao conhecimento e cuidado de Deus. Ele não apenas conhece nossas necessidades físicas, mas também está interessado em to­da a nossa vida. Está disposto a guiar-nos dia a dia. Deus nunca dirige Seus filhos de maneira di­versa daquela por que eles próprios haveriam de preferir ser guiados, se pudessem ver o fim desde o princípio e perscrutar a glória do desígnio que estão realizando como colaboradores Seus[9].

Que Pai! Que Deus! Não admira que os cristãos não devam se preocupar. Eles jamais se encontram fora do raio de ação da solicitude de Deus. Ele está sempre com eles, não importa quão negras as circuns­tâncias possam parecer no momento. Ele sempre antevê as suas neces­sidades.

E Ele tem um coração condizente com Seu conhecimento. Deus Se importa conosco mais do que nos importamos com nossos filhos. Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que es­ta viesse a se esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das Minhas mãos te gravei; os teus muros estão conti­nuamente diante de Mim. Isaías 49:15 e 16.

Nosso Pai sabe. Esse é um dos pensamentos mais confortadores das Escrituras. Ele sabe de todas as minhas necessidades, de todos os meus de­sejos e de todas as minhas potencialidades, e deseja que essas necessida­des sejam atendidas mais do que eu mesmo desejo atender às necessida­des dos meus próprios filhos. Sou bastante grato por saber que Ele sabe[10].

SALMO 73

LIVRO III

INTRODUÇÃO

A Justiça Final

De início escandalizado pela prosperidade dos ímpios e sofrimento dos justos - Jó 21:1; Eclesiastes 7:15; Jeremias 12:1; Malaquias 3:15 - um sábio opõe a felicidade efêmera dos ímpios à paz da amizade divina que nunca decepciona[11].

O Salmo 73, como o Salmo 37, trata do conflito que existe na mente do que observa que nesta vida os ímpios aparentemente prosperam, enquanto se persegue aos justos. Mas o Salmo 73 se acerca mais à solução do problema do que o Salmo 37, pois nos leva, além da vida presente, à gloriosa eternidade, quando se encontrará resposta final e plena solução aos problemas do homem, na presença de Deus. 

Como ocorre em muitos dos salmos, apresenta-se em primeiro lugar a conclusão. 

Depois dessa introdução, o poema se divide em mais duas partes iguais: a apresentação do problema e sua solução. Em sua perplexidade, o salmista quase abandonou a Deus. A proposta do problema e seus esforços por resolvê-lo são infrutuosos até que entra no santuário; ali sim encontra uma resposta satisfatória. O poema conclui com uma expressão de completa confiança em que os justos se salvarão e os ímpios receberão seu castigo. Neste Salmo, o poeta apresenta um eloquente convite a participar nos serviços divinos, pois assim se despejam as dúvidas que causam perplexidade. 

Este salmo, como o livro de , ensina que se deve ter paciência com o que duvida honestamente. O salmista acreditava em a justiça de Deus, mas não podia compreender a aplicação dessa justiça às necessidades humanas. Depois de procurar honradamente a solução ao problema, encontrou-se com a luz de uma fé triunfante[12].

O Salmo 73 é o testemunho de um crente hebreu referente às suas dúvidas sobre a realidade de Deus e da fidelidade da aliança de Deus. O nome dele é Asafe, sacerdote levita em Jerusalém. Vivendo uma boa vida moral em harmonia com as leis de Moisés, ele sempre estava ocupado no santuário de Deus. Tudo parecia ir bem, até que ele ficou seriamente doente: Pois de contínuo sou afligido e cada manhã, castigado.... Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam... Salmo 73:14 e 26. Então algo mais doloroso que sua enfermidade começou a roer em seu coração. Era a dor da dúvida sobre o interesse de Deus nele, sobre o cuidado de Deus para com ele e sobre a fidelidade de Deus para com o Seu povo da aliança. Por que um homem religioso tem que sofrer enquanto as pessoas ímpias e confiantes em si mesmas têm tanta vantagem e prosperam?

Asafe pertencia aos adoradores fiéis, aos chamados justos. Ele não era nenhum filho pródigo. Ele, portanto esperava as bênçãos de Deus em todos os seus negócios: prosperidade, vitalidade, saúde; em uma palavra, shalom, uma vida boa na terra sob Deus. O primeiro Salmo parecia justificar suas elevadas esperanças:

É como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele faz prospera! Salmo 1:3[13]

 

O PROBLEMA DA PROSPERIDADE DOS MAUS

Este Salmo começa declarando que Deus é bom, uma crença adquirida após longa luta com aquilo que se observa no mundo, especialmente à prosperidade dos iníquos. Esse importante tema também é abordado em Salmo 37; 49 e no livro de [14].

 

SALMO 73: DA DÚVIDA PARA A CERTEZA

Salmo de Asafe

1 - De fato, Deus é bom para Israel, o Senhor, para os corações puros.

DE FATO - CertamenteHebraico: ak. Salmo 62:l. Este mesmo termo aparece nos verso 13. Verdadeiramente e 18 certamente[15].

DEUS É BOM - Apesar de que algumas vezes possa parecer o contrário. Apesar da enlouquecedora confusão das coisas, e ainda que seja sacudido por tormentas e furacões, meu espírito se aferra a uma esperança estável: Sei que Deus é bom![16] 

Depois de um período de grande perplexidade, o salmista chega a esta conclusão. O salmo explica o processo mediante o qual aportou a ela[17].

Os limpos de coração. 

CORAÇÕES PUROS - Ou, puros de coração. Salmo 24:4. Sal. 51:10; 73:13; Mateus 5:8[18]

A filosofia de vida de Asafe provavelmente era que a obediência rígida aos mandamentos de Deus trará inevitavelmente bênçãos concretas e prosperidade, enquanto a desobediência automaticamente causará a maldição de Deus, enfermidade, uma morte prematura[19].

2 - Por pouco meus pés tropeçavam, um nada, e meus passos deslizavam,

POR POUCO - Frase que faz concentrar nosso atendimento no salmista e nas vicissitudes pelas que passou para chegar a resolver o conflito exposto no Salmo: Por que prosperam os ímpios e por que sofrem os bons?[20]

MEUS PÉS TROPEÇARAM - Quase se deslizaram. Metáfora para indicar que o salmista quase tinha perdido a fé. Salmo 44:18. Por pouco escorregaram. Salmo 17:5. Esteve a ponto de escorregar da rocha da fé ao poço do cepticismo[21]

            POR POUCO - Quando a esperança de de repente se tornou amarga e ele se sentou entre as cinzas, raspando-se com um pedaço de cerâmica quebrada, sua esposa veio desesperada, dizendo, Você ainda mantém a sua integridade? Amaldiçoe a Deus, e morra! Jó 2:9 NVI. Os seus amigos também foram convencidos que Jó deve ter pecado horrendamente contra Deus para ter trazido tal calamidade nele. Mas Jó obstinadamente manteve sua inocência, embora sem dúvida mais confundida que nunca: Deus me pese em balança justa, e saberá que não tenho culpa. Jó 31:6 NVI. Ele pleiteou com Deus, Não me condenes; revela-me que acusação tem contra mim. Tens prazer em oprimir-me, em rejeitar a obra de tuas mãos, enquanto sorris para o plano dos ímpios?Jó 10:2 e 3 NVI. Quantos erros e pecados cometi? Mostra-me a minha falta e o meu pecado. Por que escondes o teu rosto e me consideras teu inimigo? Jó 13:23 e 24 - NVI.

Mais tarde, os judeus pareciam considerar a aliança de Deus praticamente como uma lei natural que automaticamente dá bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência. Até os próprios discípulos de Jesus compartilharam esta ideia racionalista quanto à aliança de Deus. Quando eles viram um homem, cego de nascimento, eles perguntaram a Cristo, Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego? João 9:2 - NVI. A isso Jesus replicou: Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele. João 9:3 - NVI.

Asafe certamente estava confuso. Não era tanto a sua doença física que se põe pesadamente em sua mente. O que lhe causou verdadeira angústia de alma era o fato de que sua expectativa de Deus foi levada à vergonha. Que tipo de Deus é Iahweh, se tudo isso pode acontecer a um bom, inocente filho de Deus? Se Ele é um Deus bom, um Deus moral, o Criador de todas as coisas materiais, então por que faz com que o ímpio tenha prosperidade? Olhando-os, ele ponderou. Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio... Contra os céus desandam a boca... E diz: Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo? Salmo 73 4 a 12 NVI. Estas perguntas causaram a crise da fé de Asafe. O ímpio estava não somente ignorando a Deus; eles até mesmo desafiavam o Deus de Israel e dizia, Ele realmente não se preocupa. Ele não está interessado em tais assuntos triviais como nossas orações e esforços morais. Ele não reage aos negócios do homem na terra. Ele está demasiado ocupado lá em cima, O Altíssimo. O que aborreceu Asafe a nenhum fim não era exatamente a prosperidade do arrogante, mas a sua filosofia orgulhosa que desafiava a verdade da crença de Israel: Iahweh é o Salvador e Doador de bênçãos do Seu povo da aliança.

Tal presunção é realmente um pecado odioso porque reivindica a independência do homem de Deus e recusa louvar o Nome de Deus. Como então tais irreligiosos podem desfrutar shalom, saúde e prosperidade?

Asafe começou a duvidar de sua relação com Deus: Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência. Salmo 73:13 e 14 - NVI. Claro que Asafe não está só nesta dúvida. Deus nota muitos em Israel que dizem:

É inútil servir a Deus. O que ganhamos quando obedecemos aos seus preceitos e ficamos nos lamentando diante do Senhor dos Exércitos? Por isso, agora consideramos felizes os arrogantes, pois tanto prosperam os que praticam o mal como escapam ilesos os que desafiam a Deus! Malaquias 3:14 e 15 NVI.

No entanto, Asafe era sincero. Como Jó, seu coração era correto para com Deus. Ele lavou suas mãos na inocência, como era habitual no ritual do santuário: Lavo as mãos na inocência, e do teu altar, Senhor, me aproximo. Salmo 26:6; Deuteronômio 21:6.

Asafe sente que ele sofre por ingenuidade em sua condição. Poderia tal praga como ele teve que aguentar ser a resposta de Deus a uma vida limpa, a uma conduta honrada? Ele foi tentado a desistir e se juntar ao mundo em sua corrida por riqueza e felicidade. Ele quase perdeu o interesse na providência e aliança de Deus. Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei. verso 2. Asafe era o incrédulo Tomé do Antigo Testamento[22].

3 - porque invejei os arrogantes, vendo a prosperidade dos ímpios.

PORQUE INVEJEI - Tive inveja. Salmo 37:1. Essa inveja revela um espírito que dá mais importância às coisas deste mundo que ao favor de Deus[23]

PROSPERIDADE - Hebraico: shalom, paz[24]

4 - Para eles não existem tormentos, sua aparência é sadia e robusta;

TORMENTOS - PesaresHebraico: tormentos, angústias. Ao salmista lhe parece que os ímpios não padecem os tormentos da morte, senão que sua vida acaba pacificamente Jó 21:13 e 23[25].

            SUA APARÊNCIA É SADIA - Seu vigor está inteiro. Literalmente, seu corpo é gordo[26].

5 - A fadiga dos mortais não os atinge, não são molestados como os outros.

FADIGA - Não passam trabalhos. Parecem escapar do que se considera a sorte de todo ser humano: que nasce para a aflição. Jó 5:7[27]

MORTAIS - Como os outros mortais. Hebraico: enosh, o homem em sua debilidade Salmo 8:4[28]

COMO OS OUTROS - Como os demais homens. Hebraico: adam, humanidade. Salmo. 8:4[29]

6 - Daí a soberba, cingindo-os como colar, a violência, envolvendo-os como veste.

SOBERBA - A soberba os coroaMelhor, o orgulho é seu colar. Provérbios 1:9; 3:22[30]

VIOLÊNCIA - Vestido de violência. Para eles a violência Gênesis 6:11 é tão habitual como o é vestir-se. Salmo 109:18 e 19[31]

7 - A maldade lhes brota da gordura, seu coração transborda em maus projetos.

GORDURA - De peso. Sem debilitar-se como os demais pelo árduo trabalhar, engordam pela boa vida[32]

SEU CORAÇÃO TRANSBORDA - Conseguem crescer. Têm tudo ao pedir de boca. Obtêm quanto desejam. Sua complacência ultrapassa o que esperam[33]

8 - Caçoam e falam maliciosamente, falam com altivez, oprimindo;

SÃO CORROMPIDOS - Mofam. Este verso pode também ser traduzido: São corrompidos, e falam com maldade; quanto à opressão, falam soberbamente. Que espetáculo o da arrogância do malvado![34]

    9 - contra o céu colocam sua boca e sua língua percorre a terra.

CONTRA O CÉU - Sua boca contra o céu. Ou, no céu, que falam como se estivessem nos céus. Isto se equivale com a frase passeia a terra da segunda parte do paralelismo sinônimo. Os ímpios falam com autoridade presunçosa. Em todas as partes falam com maldade. verso 8[35].

10 - Por isso meu povo se volta para eles e águas em abundância lhes vêm ao encontro.

MEU POVO - A seu povo. Não é claro o significado exato deste versículo. A LXX traduz: Por tanto meu povo voltará cá, e terá dias plenos para eles. As interpretações foram muito variadas. Alguns aplicam o adjetivo seu a Deus; outros, aos malvados. Se seu povo se refere aos justos, pode aludir a uma volta ao problema proposto no salmo; se aos ímpios, então fala do regresso destes com seu malvado líder[36].

11 - E dizem: Acaso Deus conhece? Existe conhecimento no Altíssimo?

DEUS CONHECE - Como sabe Deus? Salmo 10:4 11 e 13; 14:l.

12 - Eis que os ímpios são assim e, sempre tranquilos, ajuntam riquezas!

AJUNTAM RIQUEZAS - Atingiram riquezas. Jó 21:7 a 15

13 - De fato inutilmente conservei o coração puro, lavando na inocência minhas mãos!

DE FATO - Verdadeiramente. Hebraico: ak

INUTILMENTE - Em vão. Em vista do que o salmista observou versos 3 a 12,

pensa que não há vantagem em ser puro ante Deus Jó 9:27 e 31[37]

LAVANDO NA INOCÊNCIA MINHAS MÃOS - Lavado minhas mãos. Em sinal de inocência ou pureza. Jó 9:30[38].

14 - Sim, sou molestado o dia inteiro, e castigado a cada manhã...

SOU MOLESTADO - Fui açoitado. O salmista anteriormente tinha afirmado que os ímpios não eram, açoitados como os outros homens. verso 5[39]

A CADA MANHà- Todas as manhãs. O castigo do salmista se repetia com cada novo dia. Jó 7:18[40].

15 - Se eu dissesse: Vou falar com eles! Já teria traído a geração de teus filhos.

            SE EU DISSESSE - Se dissesse. Melhor, se me tivesse dito a mim mesmo. Aqui começa o triunfo da fé[41]

JÁ TERIA TRAÍDO - Enganaria. Os teria prejudicado, ou teria sido para eles motivo de tropeço. Por isso o salmista preferiu permanecer em silêncio. Sublime discrição! Tiago 3:2[42].

O Ponto Decisivo

Se Asafe realmente fosse render-se às suas dúvidas, ele teria que renunciar à nuvem de testemunhas em Israel que testificou da bondade de Deus.

Se eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos. Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim. Salmo 73:15 e 16, RA.

Pode a experiência de dúvida de um homem ser mais real que a confiança coletiva de todos os crentes? Pode o testemunho de tantos ser ignorado? Davi teve coragem de se lembrar da fé histórica de Israel: Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança; confiaram, e os livraste. Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e não se decepcionaram. Salmo 22:4 e 5  - NVI[43]

16 - Então refleti para compreender, e que fadiga era isto a meus olhos!

            QUE FATIGA - Foi duro trabalho. O salmista ponderou o problema para tratar de dar explicação à aparente injustiça do governo divino, mas não pôde resolvê-lo[44]

17 - Até que entrei nos santuários divinos: entendi então o destino deles!

ATÉ QUE - O problema está a ponto de resolver-se[45]

SANTUÁRIOS - O salmista abandonou sua tentativa de achar a solução mediante o raciocínio, e entrou no santuário II Reis 19:14. As verdadeiras dificuldades da vida só desaparecem na comunhão com Deus[46].

Os santuários dos deuses pagãos, apoio dos ímpios e responsáveis pelas injustiças neste mundo Salmo 82. Pensou-se também no Templo Jeremias 51:51, ou nos mistérios divinos Salmo 119:130; Sabedoria 2:22, mas o contexto indica a ruína dos santuários pagãos[47].

Asafe estava sendo dividido entre o seu próprio pensamento e a fé de Israel. Ele quis ver as bênçãos de Deus, mas no processo tinha perdido o Próprio Doador. Não obstante ele quis entender os caminhos do Senhor com Israel e receber descanso para o seu coração.

Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios. Salmo 73:16 e 17  - NVI.

No Templo de Deus o segredo dos caminhos de Deus lhe foi descoberto. Asafe entrou no santuário infestado por dúvidas. Ele saiu cantando de alegria, porque ele tinha visto o Invisível. Ele entrou inseguro; ele saiu transformou e totalmente convencido. O Deus de Israel o tinha impedido de se escapulir finalmente, porque Asafe tinha vindo a Ele. O que tinha acontecido exatamente a Asafe no Templo?

O santuário em Jerusalém era por aquele tempo ainda o lugar da habitação do Deus vivo. No Lugar Santíssimo, habitava a glória Shekinah de Deus, o esplendor temeroso do poder e glória divina. Salmo 26:8; 63:2 e 3. Asafe achou não tanto solução intelectual para suas perguntas como a certeza do sedimento do cuidado de Deus por ele e do controle soberano de Deus da história[48].

ENTENDI - Compreendi. Na quietude do santuário, as dúvidas do salmista se dissiparam. Entre outras coisas, percebeu que tinha perdido o sentido de proporções e que tinha exagerado a prosperidade dos ímpios[49]

O DESTINO DELES - O fim deles. Ainda que os ímpios pareçam muito prósperos, sua posição é precária. Não estão firmes, e em qualquer momento podem cair. O argumento é ainda mais decisivo quando se o aplica à aniquilação final dos ímpios. Apocalipse 20:9, 14 e 15[50].

18 - De fato, tu os pões em ladeiras, tu o fazes cair em ruínas.

PÕES EM LADEIRAS - Quando o salmista compreende o fim dos ímpios neste mundo e sua queda no meio da prosperidade, restabelece-se sua fé. Por perder o sentido de proporções, o salmista não pôde ver a retribuição que com frequência sobrem aos ímpios, até que entrou no santuário e se entregou plenamente nas mãos de Deus. Tinha esquecido que Sodoma e Gomorra foram destruídas por fogo do céu, que a terra de Faraó tinha sido devastada pelas pragas e seus exércitos tinham perecido afogados no mar[51].

19 - Ei-los num instante reduzidos ao terror deixam de existir, perecem, por causa do pavor!

UM INSTANTE - De repente. Muitas vezes a prosperidade dos ímpios ou de um governo ímpio desaparece num momento. O conflito exposto neste Salmo só se resolve quando se contempla o fim dos ímpios, que pode chegar a qualquer momento[52]

TERROR - De terrores. Calamidades que lhes ocasionam terror. Jó 18:11; 24:17; 27:20[53]

    20 - Como um sonho ao despertar, ó Senhor, ao acordar desprezas sua imagem.

COMO UM SONHO - A prosperidade é como um sonho. Isaías 29:7 e 8. A realidade reaparece quando desperta o que dorme[54].

AO DESPERTAR - Sua aparência. Na quietude da eternidade, Deus não dará nenhuma importância aos sonhos ou às meras aparências terrenas próprias da existência humana. Na eternidade valerão só as características que constituem o verdadeiro caráter do homem[55]

21 - Quando meu coração se azedava e eu espicaçava os meus rins,

MEU CORAÇÃO SE AZEDAVA - Encheu-se de amargura minha alma. Hebraico: porque se amargurou meu coração. O salmista não podia achar a solução, porque não tinha considerado o assunto com calma. Estava amargurado. Este verbo hebraico se emprega para referir-se à fermentação provocada pelo fermento. Êxodo 12:34 e 39. Tinha perdido a acalma por esse fermento. O espírito deprimido altera o bom juízo. O salmista reconhece francamente o erro cometido ao tentar resolver seu conflito enquanto estava amargurado e julgava pelas aparências e não de acordo com os valores eternos[56]

MEUS RINS - Meu coração. Literalmente, rins. Coração. Comentário do Salmo 7:9. Hebraico: kelayoth, rins. Os antigos usavam esta figura para representar o centro das emoções, dos sentimentos mais íntimos, os propósitos e motivos do alma. A frase que se usa aqui provar os corações e as entranha, usa-se com frequência para descrever a onisciência de Deus. Jeremias 11:20; Salmo 26:2; Apocalipse 2:23. Tu que vasculhas os corações e os rins[57].

22 - é porque eu era imbecil e não sabia, eu era animal junto a ti.

EU - Em hebraico o pronome se encontra ao começo do verso, em posição enfática[58]

IMBECIL - Adiante de ti. A torpeza do salmista teria sido má ainda se tivesse estado só, mas era mais repreensível porque tinha ocorrido à vista de Deus. Salmo 51:4. Torpe. Salmo 92:6; Provérbios 30:2. O salmista não compreendia a situação. 

ANIMAL - Literalmente Hipopótamo, behemôt, obra prima da lentidão. Jó 40:15[59].

Uma Nova Auto Compreensão

Levantando-se na luz de Deus, Asafe chega agora a uma chocante autoavaliação:

Quando o meu coração estava amargurado e no íntimo eu sentia inveja, agi como insensato e ignorante; minha atitude para contigo era a de um animal irracional. Salmo 73:21 e 22  - NVI (itálicos acrescentados).

Uma melhor compreensão de Deus sempre confere uma nova autoestima. Asafe expressa aqui um autoconhecimento profundo que se equipara com as profundidades daquelas confissões arrependidas diante de Deus da parte de Jó e de Paulo:

Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e na cinza. Jó 42:5 e 6 NVI.

Miserável homem que sou!

Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Romanos 7:24.

Essas autocondenações só podem ser entendidas corretamente dentro do encontro religioso com o Santo. Por melhor que nós viermos a conhecer nosso Criador, mais nós nos conheceremos. Estes são as dinâmicas da verdadeira religião na Escritura Sagrada.

O perigo espreita, porém, que nós criamos inconscientemente um conceito de Deus segundo a nossa própria imagem. Parece que aqui o Cristianismo Ocidental abriu espaço para o surgimento das doutrinas filosóficas de ateísmo e evolucionismo nos últimos séculos. Era em grande parte uma reação aos falsos conceitos de Deus de uma ortodoxia morta que prevaleceu na civilização Ocidental. O que o mundo mais precisava, porém, era uma verdadeira revelação do Deus vivo por meio do Seu povo. Lutadores com Deus como Jacó, Asafe, e Lutero, ainda têm uma extremecedora e estimulante história para contar hoje[60].

TUDO TEM EXPLICAÇÃO

Há coisas que não têm explicação. Um dia, visitei no hospital uma moça que havia tentado o suicídio. O noivo a deixara faltando apenas três semanas para o casamento.

Por que Deus permitiu que acontecesse isto comigo? Ela me perguntou cheia de amargura. Às vezes, gostaria de ter todas as respostas. As pessoas são asfixiadas por aquele doloroso: Por quê? Pais que perderam o filho, gente que foi vítima de uma tragédia. Pessoas sinceras que não conseguem entender tantos porquês da vida.

O Salmo de hoje descreve a amargura de um homem, ao perguntarem-se tantas coisas e receber como resposta apenas o silêncio de Deus. Esse homem é Asafe. Há coisas que ele não entende. Por que os justos sofrem e os ímpios prosperam? Que tipo de Deus é esse que parece incapaz de atender ao clamor dos Seus filhos?

Para compreender algumas coisas, você precisa retirar-se, meditar, observar e permitir que Deus fale ao seu coração. Foi o que aconteceu com o salmista. O Salmo 73 é fruto do tempo que ele tomou para meditar.

A reflexão de Asafe não foi introspectiva ou filosófica, através da qual você pretende achar respostas dentro ou ao redor de si, analisando apenas as circunstâncias que envolvem os fatos. Asafe disse: Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que entrei no santuário de Deus. Salmo 73:16 e 17.

Para Israel, o santuário não era apenas o templo físico. Era também a presença de Deus. A sós com Jesus, no Seu companheirismo e no Seu aconchego, você verá que até as coisas incompreensíveis desta vida têm sentido.

Quando, finalmente, Asafe entendeu que as conquistas e vitórias dos ímpios não são necessariamente vitórias, e que o sofrimento dos justos não é derrota, teve vergonha e disse: Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram porque não entendia muitas coisas, eu estava embrutecido e ignorante; era como um irracional à Tua
presença. Salmo 73:21 e 22
. Vá hoje a Jesus e leve a Ele todas as suas perguntas. Você se sentirá confortado
[61].

23 - Quanto A mim, estou sempre contigo, tu me agarraste pela mão direita;

MIM - Eu. Em hebraico o pronome ocupa uma posição inicial enfática como no verso 22. Apesar das queixas e feitas quanto à justiça de Deus, o Senhor tinha acompanhado o salmista. Não lhe jogaria de sua presença. 

            Nos versos 23 a 28 o salmista apresenta a resposta final ao problema deste Salmo. A solução se acha em Deus e em apreciar sua presença e sua condução nesta vida e na vida eterna. Tanto os pensamentos como as expressões desta extraordinária passagem são de uma sublime beleza difícil de expressar[62]

MÃO DIREITA - Salmo 18:35; 63:8.

24 - tu me conduzes com teu conselho e com tua glória me atrairás.

COM TEU CONSELHO - Segundo teu conselho. O salmista reconhece a condição de Deus conforme ao plano divino para sua vida neste mundo. Como tinha deixado de procurar a direção e o conselho divinos, quase tinha sucumbido ante a dúvida. Salmo 48:14[63]

GLÓRIA - Depois. Quando acabar esta vida[64]

A glória parece ser aqui o atributo divino personificado, relembrando a nuvem do Êxodo. As versões traduziram com glória, dando ao termo seu sentido habitual quando é aplicado aos homens: seria necessário compreender que Deus preserva o justo de uma morte prematura e vergonhosa, e que Ele reabilitará o justo que morre enquanto os ímpios sobrevivem. Todavia, como no Salmo 16:9, o fervor do fiel já contém o desejo de uma união definitiva com Deus; é uma etapa para a crença explícita na ressurreição e na vida eterna[65].

O poeta insinua sua confiança numa vida futura. No meio das glórias do céu não terá lugar para as dúvidas. Destaca-se o contraste entre a glória e o verdadeiro esplendor da vida eterna com a aparência, o sonho e a vaidade da existência do ímpio. 

 25 - Quem me teria no céu? Contigo, nada mais me agrada na terra.

NO CÉU - Nos céus. Não há ninguém no céu que possa comparar-se com Deus. Ninguém pode ser para mim o que Deus é. Barnes[66]

NA TERRA - Deus o satisfaz todo. Toda a alegria do salmista se centra Nele. Esta relação íntima é um dos ensinos cardiais do livro de Salmos. Salmo 42:1 e 2; 63:1[67]

26 - Minha carne e meu coração podem se consumir: a rocha do meu coração, a minha porção é Deus para sempre!

MINHA PORÇÃO - O salmista não encontrava sua alegria nos amigos, na honra, nas riquezas nem em coisa terrena alguma, senão em Deus. Para ele, Deus era tudo. Inspirado por este verso, Carlos Wesley 1.707 - 1.788, em seu leito de morte, ditou a sua esposa um de seus 6.500 hinos no que aparecem as palavras: Jesus... fortaleza de minha débil carne e coração[68].

A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti... Mas, para mim, bom é estar perto de Deus. Salmo 73:25 e 28  - NVI.

Vindo para perto de Deus, sua alma experimentou uma paz que parecia nunca ter conhecido antes. Aqui ele começou a discernir o plano maior de Deus para o homem. Ele recebeu de Deus uma perspectiva totalmente nova na vida. Ele começou a ver coisas à luz da eternidade. De repente a realidade do juízo final surpreendeu-o com realismo novo. O próprio ritual do santuário já contém a chave para saber o destino eterno de homem. Os ritos simbólicos abriram os seus olhos para ver o fim do ímpio, seu destino final. Poder-se-ia até mesmo pensar em um oráculo especial de Deus a Asafe. Porém, mais provavelmente, o significado dos símbolos sagrados e festivais lhe ficou claro. A fumaça ascendente das ofertas queimadas pelo pecado pode ter revelado a ele a morte eterna do pecador. No santuário ele viu o Senhor como um Deus que é misericordioso a todo pecador arrependido, contudo que traz todos os homens em última instância a julgamento. Esta perspectiva também foi ensinada pelos filósofos ou sábios mestres de Israel.

Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal. O ímpio pode cometer uma centena de crimes e apesar disso, ter vida longa, mas sei muito bem que as coisas serão melhores para os que temem a Deus, para os que mostram respeito diante dele. Para os ímpios, no entanto, nada irá bem, porque não temem a Deus, e os seus dias, como sombras, serão poucos. Eclesiastes 8:11 a 13.

Alegre-se, jovem, na sua mocidade! Seja feliz o seu coração nos dias da sua juventude! Siga por onde seu coração mandar, até onde a sua vista alcançar; mas saiba que por todas essas coisas Deus o trará a julgamento. Eclesiastes 11:9.

Deus está no controle até mesmo quando parece que os ímpios governam o mundo. O estilo de Deus é não coercitivo. Ele permite o pecado correr seu curso até que todos possam ver e possam provar quais são os frutos do pecado. A Seu próprio tempo Ele intervém em nome dos Seus santos e muda o destino daqueles que chamam a Ele[69].

27 - Sim, os que se afastam de ti se perdem, tu repeles teus adúlteros todos. 27. 

            AFASTAM DE TI - Afastam-se de ti. Estar com Deus é vida; afastar-se dele, morte. Quando o salmista percebeu esta realidade, ficou resolvido seu conflito a respeito do trato de Deus com a Humanidade. Versos 3 a 12[70].

ADÚLTEROS - Nos profetas a expressão designa a infidelidade a Deus Oseias 1:2[71].

Que de ti se aparta. Muitas vezes se compara, a união de Deus com seu povo com a relação matrimonial Salmo 45; Jeremias 3:8, 9, 14; 5:7; 13:27; II Coríntios 11:2; Efésios 5:25; Tiago 4:4. Quando os filhos de Deus se apartam dele, são infiéis a seus votos matrimoniais.

28 - Quanto a mim, estar junto a Deus é o meu bem! Em Deus coloquei o meu abrigo, para contar todas suas obras.

OBRAS - O grego acrescenta: as portas da filha de Sião. Salmo 9:15[72].

ESTAR JUNTO A DEUS - O acercar-me a Deus. Hebreus 10:22. Quando nos acercamos a Deus, ele se acerca a nós. Tiago 4:8. Entre o ser humano e Deus há uma formosa relação recíproca. Quanto mais nos acercamos a ele, tanto mais plenamente pode revelar-se[73]

EM DEUS – Iahweh - Senhor. O hebraico diz: Adonai Iahweh, uma combinação inusitada. Por trás das dúvidas do salmista, existia certa medida de confiança em Deus. Em diante não vacilará mais, mas confiará calmamente[74]

PARA CONTAR - O salmista reconhece a responsabilidade que lhe incumbe de contar a outros como passou da dúvida à confiança e como resolveu em Iahweh o Senhor o conflito que expôs neste Salmo. Por isso o conclui com um voto solene[75].

À luz da perspectiva de Deus, a avaliação de Asafe quanto ao arrogante mudou radicalmente:

Certamente os pões em terreno escorregadio e os fazes cair na ruína. Como são destruídos de repente, completamente tomados de pavor! São como um sonho que se vai quando acordamos; quando te levantares, Senhor, tu os farás desaparecer. Salmo 73:18 a 20 - NVI.

Confiante em si mesmo, o povo jactancioso não está caminhando em terreno sólido. Sua felicidade é instável e irreal porque ela está baseado na criação, não no Criador. Não há nenhuma consagração ao Senhor. Alegria celestial é um estado do coração e está arraigada em Deus, não em emoções subjetivas. As coisas de terra não podem satisfazer os desejos mais profundos da alma. Asafe começou a ver a trivialidade e inconsistência do materialismo. Com certeza profética ele agora anuncia o fim dos que buscam prazeres superficiais em Israel. Como se ele está no enterro deles, ele lamenta:

Como são destruídos de repente, completamente tomados de pavor! Salmo 73:19  - NVI[76].

A Certeza de Fé

Como nós podemos entrar em tal experiência vivificadora e transformadora com o Deus vivo? O caminho de Asafe é determinado como nosso caminho. O seu testemunho tem um poder constrangedor de realismo.

Contudo, sempre estou contigo; tomas a minha mão direita e me susténs. Tu me diriges com o teu conselho, e depois me receberás com honras. A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é à força do meu coração e a minha herança para sempre. Salmo 73:23 a 26 - NVI.

O crente precisa encontrar o Deus vivo pessoalmente. Pela fé nas promessas de Deus, o Espírito de Deus pode comunicar-nos o amor de Deus, a certeza de nossa adoção na casa de Deus, e nova esperança para o futuro.

O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Romanos 8:16 e 17 - NVI.

A fé viva significa que nós entramos em uma relação de aliança com o Deus de Israel. Por meio de Cristo nós temos acesso a Deus em Seu santuário:

Portanto, irmãos, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos pelo sangue de Jesus... Hebreus 10:19 - NVI.

Lá nós conhecemos o Cristo, o autor e aperfeiçoador de nossa fé. Volve teus olhos a Cristo. Contempla plenamente Sua maravilhosa. E as coisas terrestres ficarão cada vez mais turvas A luz de Sua glória e graça.

A pergunta é, nos buscamos realmente a Deus no Seu Templo? Quando Asafe se consagrou ao Senhor, dizendo, Contudo, sempre estou contigo, ele estava determinado a aderir ao Todo Poderoso. Martin Buber diz de Asafe que ele agora parte para o eterno Deus vivo. Asafe percebeu que ele permaneceu dependente do Seu gracioso Senhor: tomas a minha mão direita e me susténs. verso 23 - NVI. Isso é melhor que nossa promessa a Deus, eu o seguro. O homem tem uma mão muito fraca para se agarrar a Deus, mas a mão de Deus é forte e nunca solta.

Cristo ensinou, E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. João 6:39. Em Cristo nós estamos eternamente seguros na mão de Deus.

Coisa alguma é aparentemente mais desamparada, e na realidade mais invencível, do que a alma que sente o seu nada, e confia inteiramente nos méritos do Salvador. Pela oração, pelo estudo de Sua Palavra, pela fé em Sua constante presença, a mais fraca das criaturas humanas pode viver em contato com o Cristo vivo, e Ele a segurará com mão que nunca a soltará[77].

Deus estar tomando alguém pela mão direita significa uma posição de honra e companheirismo com Deus, e consequentemente, o chamado para ser a luz do mundo.

Pois eu sou o Senhor, o seu Deus, que o segura pela mão direita e lhe diz: Não tema; eu o ajudarei. Não tenha medo, ó verme Jacó, ó pequeno Israel, pois eu mesmo o ajudarei, declara o Senhor, seu Redentor, o Santo de Israel. Isaías 41:13 e 14 - NVI.

Eu, o Senhor, o chamei para justiça; segurarei firme a sua mão. Eu o guardarei e farei de você um mediador para o povo e uma luz para os gentios. Isaías 42:6 - NVI.

O homem nunca pode alcançar esta exaltação tentando ser bom. O companheirismo com Deus é um dom gratuito de Deus a todos os que renunciam ao seu farisaísmo e olham a Cristo como sua única bondade diante de Deus. Aqueles que se agarram a Deus pela fé em Cristo recebem o milagre do companheirismo com Deus. Tal comunhão é uma experiência de intensa satisfação da alma.

Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita. Salmo 16:11 - NVI.

Estes prazeres não são uma emoção incidental mas as alegrias de toda a vida. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. Salmo 73:24, RA.

Deus tem um plano para com o mundo e para com cada pessoa individualmente. Excede nossa compreensão. Isaías 55:8 e 9. O aspecto mais luminoso disto é que Ele nos guia seguramente para a glória eterna! Ele não prometeu nenhuma navegação lisa, mas uma chegada segura.

Depois me recebes na glória.O verbo hebraico levar lakach é regularmente usado na Escritura para tradução ou ressurreição gloriosa.

Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura e me levará para si. Salmo 49:15 - NVI

Por que o sacerdote levita do Salmo 49 estava tão seguro de que Deus o redimiria da sepultura? Porque ele não confiou na riqueza terrestre ou em si mesmo, e sim na promessa de Deus somente.

Enoque foi levado em glória porque ele caminhava diariamente com Deus. Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si. Gênesis 5:24.

E Elias foi levado ao céu (II Reis 2:1) porque ele permaneceu fiel ao Senhor quando a grande maioria O abandonou.

A certeza de Asafe é oferecida a nós agora no Messias Jesus. Por meio Dele nós temos acesso direto a Deus e uma bem fundada esperança da glória de Deus. Romanos 5:2. Nós precisamos pensar escatologicamente, ter em perspectiva a glória eterna. Paulo escreve, Eu considero que os sofrimentos deste tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada a nós. Romanos 8:18, RSV.

Asafe rejeitou todos os santos terrestres ou celestes como intercessores. Nem em Abraão, nem em Moisés, nem em Maria, ou em José, mas só em Deus ele confiava!

Asafe renunciou finalmente toda autoprocura e prosperidade material como a última meta de sua vida ou a segurança de seu coração. Quando ele aceitou o Senhor como o centro de sua alma, como a sua herança para sempre. Salmo 73:26, ele recebeu um coração limpo e tranquilo. Ele resumiu estes pensamentos mais elevados tanto no princípio como ao término do seu poema:

Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Salmo 73:1 - NVI.

Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo. Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus feitos. Salmo 73:27 e 28 - NVI.

Os cristãos aprendem do Novo Testamento que em Cristo habitava, corporalmente, a plenitude da Divindade. Colossenses 2:9.

Quando Pedro foi subitamente confrontado com a santidade de Cristo na milagrosa colheita de pesca, ele exclamou, Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador! Lucas 5:8. Mas Jesus amou a Pedro, mesmo depois dele ter negação três vezes a Cristo, e o restaurou como o Seu verdadeiro embaixador.

Em Cristo nós achamos um Amante divino que satisfaz os mais profundos anelos por amor de nossos corações. Esta foi à experiência de Carlos Wesley, como pode ser sentido em seu poema:

Amor divino, todo o amores superando, Alegria do céu, para terra desce; Fixe em nós Tua habitação humilde, Todas as Tuas misericórdias fiéis coroa! Jesus, Tu és todo compaixão, Puro, ilimitado amor Tu és; Visita-nos com Tua salvação, Entre em todo coração tremente[78].


 

[1] CBASD, vol. 5, p. 342.

[2] Manuscrito 24, 1891, 13 e 14

[3] Manuscrito 29, 1886, 1 e 2.

[4] MM, 2001, No Monte das Bem-aventuranças, George R. Knight,  p. 279.          

[5] CBASD, vol. 5, p. 342.

[6] MM, 2001, No Monte das Bem-aventuranças, George R. Knight,  p. 280.

[7] MM, 2001, No Monte das Bem-aventuranças, George R. Knight,  p. 281.

[8] CBASD, vol. 5, p. 342.

[9] Desejado de Todas as Nações, Ellen Gold White, p. 224 e 225.

[10] MM, 2001, No Monte das Bem-aventuranças, George R. Knight,  p. 282.

[11] BJ, p. 1028.

[12] CBASD, vol. 3, p. 812.

[13] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, pp. 207 e 208.

[14] BG, p. 665.

[15] CBASD, vol. 3, p. 812.

[16] John Greenleaf Whittier, The Eternal Goodness. 

[17] CBASD, vol. 3, p. 812.

[18] CBASD, vol. 3, p. 812.

[19] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, p. 208.

[20] CBASD, vol. 3, p. 812.

[21] CBASD, vol. 3, p. 812.

[22] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, pp. 208 a 210.

[23] CBASD, vol. 3, p. 812.

[24] CBASD, vol. 3, p. 812.

[25] CBASD, vol. 3, pp. 812 e 813.

[26] CBASD, vol. 3, p. 813.

[27] CBASD, vol. 3, p. 813.

[28] CBASD, vol. 3, p. 813.

[29] CBASD, vol. 3, p. 813.

[30] CBASD, vol. 3, p. 813.

[31] CBASD, vol. 3, p. 813.

[32] CBASD, vol. 3, p. 813.

[33] CBASD, vol. 3, p. 813.

[34] CBASD, vol. 3, p. 813.

[35] CBASD, vol. 3, p. 813.

[36] CBASD, vol. 3, p. 813.

[37] CBASD, vol. 3, p. 813.

[38] CBASD, vol. 3, p. 813.

[39] CBASD, vol. 3, p. 813.

[40] CBASD, vol. 3, p. 813.

[41] CBASD, vol. 3, p. 813.

[42] CBASD, vol. 3, p. 813.

[43] Libertação nos Salmos, Hans L. K. Larondelle, pp. 210 e 211.

[44] CBASD, vol. 3, p. 813.

[45] CBASD, vol. 3, p. 813.

[46] CBASD, vol. 3, p. 813.

[47] BJ, pp. 1028 e 1029.

[48] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, p. 211.

[49] CBASD, vol. 3, p. 813.

[50] CBASD, vol. 3, p. 813.

[51] CBASD, vol. 3, p. 813.

[52] CBASD, vol. 3, pp. 813 e 814.

[53] CBASD, vol. 3, p. 814.

[54] CBASD, vol. 3, p. 814.

[55] CBASD, vol. 3, p. 814.

[56] CBASD, vol. 3, p. 814.

[57] CBASD, vol. 3, p. 652.

[58] CBASD, vol. 3, p. 814.

[59] BJ, p. 1029.

[60] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, pp. 213 e 214.

[61] Janelas párea a Vida, MM 2007, Alejandro Bullón, CPB, p. 117.

[62] CBASD, vol. 3, p. 814.

[63] CBASD, vol. 3, p. 814.

[64] CBASD, vol. 3, p. 814.

[65] BJ, p. 1029.

[66] CBASD, vol. 3, p. 814.

[67] CBASD, vol. 3, p. 814.

[68] CBASD, vol. 3, p. 814.

[69] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, pp. 211 e 212.

[70] CBASD, vol. 3, p. 814.

[71] BJ, p. 1029.

[72] BJ, p. 1029.

[73] CBASD, vol. 3, p. 814.

[74] CBASD, vol. 3, p. 814.

[75] CBASD, vol. 3, pp. 814 e 815.

[76] Libertação nos Salmos, Hans K. L. Larondelle, pp. 212 e 213.

[77] A Ciência do Bom Viver, Ellen Gold White, CPB, p. 182.

[78] Libertação nos Salmos. Hans K. L.Larondelle,  pp. 214 a 219.