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Cristo: O Fim da Lei  

 

 

17 - Não penseis que vim revogar a lei e os profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento,

 

PENSEIS - Como ocorreu em quase todas as ocasiões durante os dois últimos anos de seu ministério, estavam presentes espiões que tinham a tarefa de averiguar e informar a respeito das atividades de Jesus. Enquanto Ele falava, eles murmuravam entre os que ali estavam que Jesus dava pouca importância à lei. Mas, como em muitas outras ocasiões, Jesus leu o que pensavam e respondeu às objeções que tinham suscitado, dando assim uma evidência de sua divindade [[1]].

 

Jesus menciona não as ações, mas vai além mencionando os pensamentos para que nenhuma dúvida fique sobre o propósito de suas palavras. Em nenhum momento de seu ministério terrestre Jesus defendeu a mudança no sagrado Decálogo, que reflete o caráter de Deus, e fala claramente para que o mais humilde entenda que veio cumprir a lei e os profetas. E tocando nos pensamentos Jesus amplia a lei para o interior da pessoa, uma lei escrita nos corações, e passa a relacionar nossos pensamentos com o sagrado Decálogo.

 

QUE VIM - Jesus se refere aqui a sua vinda procedente do Pai Sai do Pai e vim ao mundo; de novo deixo o mundo e vou para o Pai. João 16: 28 ao mundo Pilatos lhe disse: Então tu és rei? Respondeu Jesus: Tu o dizes Eu Sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo: Para dar testemunho da verdade. Quem é a verdade escuta minha voz. João 18: 37 [[2]].

 

         REVOGAR - Cristo vem completar a lei e os profetas, Anulamos, pois a lei pela fé? de modo algum. Antes a confirmamos. Romanos 3: 31 [[3]].

 

         Grego: katalúô, desatar, desfazer, como se desarma uma loja. Significa ab-rogar, deixar sem validez, anular, abolir. Cristo tinha proclamado a lei no monte Sinai. Por que teria agora de anulá-la? [[4]].

 

         LEI - A nova aliança será escrita não em pedra, mas no coração, Jeremias 31: 31 a 34. A nova justiça não atinge apenas os atos externos mas também o interior do homem. Pôr isso nela não se elimina a lei antiga mas se aperfeiçoa. Os exemplos são tomados do decálogo. Notem em 5: 21 a 48 duas séries de três formulas introdutórias: Ouvistes o que foi dito aos antigos [[5]].

 

         O ponto básico da discordância entre Cristo e os escribas e fariseus era a interpretação que estes davam à lei, baseados na tradição como base para interpretação da lei. Jesus baseia sua doutrina no Amor que é o ponto básico da natureza divina; João disse: Deus é amor, e nesta virtude baseia-se toda lei divina.

 

         O sábado que dizem ter sido abolido é mencionado 59 vezes no NT, e em nenhuma vez o contradizendo, mas antes confirmando: Mateus 10 vezes; Marcos 11; Lucas 19; João 9; Atos 9; Colossenses 1 vez.

 

         Grego: nómos, ver comentário Romanos 3: 19, que aqui equivale ao Hebraico: Torah, que compreende toda a vontade revelada de Deus ver com. Salmo 119: 1, 33; Provérbios 3: 1. A expressão a lei e os profetas representam a divisão das Escrituras do AT em duas partes Mateus 7: 12; 11: 13; 22: 40; Lucas 16: 16; João 1: 45; Romanos 3: 21. Esta classificação se encontra também na antiga literatura judaica. No entanto, a divisão mais comum entre os judeus era a tríplice divisão: a lei, os profetas e os Salmos; Lucas 24: 44, ou, segundo o título da Bíblia hebraica, Lei, Profetas e Escritos. O contexto indica que com toda probabilidade Jesus estava referindo em primeiro lugar à lei moral e aos estatutos civis contidos nos livros de Moisés e confirmados pelos profetas. Em Mateus 5: 21 a 47 Jesus elege certos preceitos dos Dez mandamentos versos 21 e 27 e das leis de Moisés versos 33, 38, 43, e apresenta o contraste entre sua interpretação e a dos escribas, expositores oficiais e mestres da lei. 

 

Cristo mostra claramente que não era ele senão eles quem destruíam a lei, invalidando-a com sua tradição Mateus 15: 3 e 6. É provável que as ilustrações tomadas da lei capítulo 5: 21 a 47 representem só uma parte do que Cristo disse nessa oportunidade. Seu discurso pôde ter sido muito mais amplo. Quando afirmou que tinha vindo cumprir a lei e os profetas, também pode ter feito notar que nele se cumpriam os símbolos da lei ritual que se referiam a ele, e que nele se cumpriam todas as predições messiânicas de todas as Escrituras Lucas 24: 44. Não tinha vindo a ab-rogar nenhuma parte das Escrituras que ele mesmo tinha dado I Pedro 1: 11, e que testemunhavam dele João 5: 39; Lucas 4: 21

 

O ponto básico de desacordo entre Jesus e os escribas tinha que ver com as tradições mediante as quais eles interpretavam a santa lei de Deus. Desde a meninice Jesus tinha atuado sem tomar em conta essas leis rabínicas que não tinham sua base no AT. O que agora punha de lado era a falsa interpretação que os escribas tinham dado à lei, e não a lei em si [[6]].

 

         CUMPRIMENTO - Jesus não veio destruir a Lei Deuteronômio 4:8, e toda a economia antiga, nem consagrá-la como intangível, mas dar-lhe, pelo Seu ensinamento e pelo Seu comportamento, uma forma nova e definitiva, na qual se realiza, afinal, plenamente aquilo a que a Lei se encaminhava Mateus 1: 22; Marcos: 1: 15. Isso é verdade, sobretudo no que se diz respeito à justiça verso 20; 3: 15; Levítico 19: 15; Romanos 1: 16 justiça perfeita verso 42 de que as afirmações antitéticas dos versos 21 a 48 apresentam vários exemplos notáveis. O preceito antigo torna-se interior, atingindo os motivos e os desejos secretos 12: 34; 23: 25 a 28. Portanto, nenhum pormenor da Lei pode ser omitido, a não ser que tenha recebido esse remate versos 18 e 19; 13: 52. Trata-se menos de um afrouxamento do que um aprofundamento 11: 28. O amor em que se resumia a Lei antiga 7: 12; 22: 34 a 40 torna-se o mandamento novo de Jesus João 13: 34 e o cumprimento de toda a Lei Romanos 13: 8 a 10; Gálatas 5: 14; Colossenses 3: 14 [[7]].

 

Cristo declara de maneira cabal para que nenhuma dúvida paire em perfeita harmonia com o Pai Ele veio cumprir em perfeita obediência a vontade que revela o caráter amoroso do Pai. Os fariseus se orgulhavam da obediência que prestavam a lei; sabiam, todavia, tão pouco de seus princípios pela prática diária, que para eles a palavra do Senhor soava como heresia. Ao sacudir o entulhos sob o que a verdade estivera soterrada, julgavam que estava varrendo a própria verdade. Murmuravam uns para os outros que estavam menosprezando a lei. Jesus leu-lhes os pensamentos, e respondeu aos mesmos, dizendo: Não cuideis que vim destruir a lei e os profetas: Não vim ab-rogar, mas cumprir [[8]].

 

         Grego: pleróô, completar, encher. No Sermão do Monte o Autor da lei deixou claro o verdadeiro significado de seus preceitos, e a maneira em que seus princípios tinham de expressar-se no pensamento e na vida dos cidadãos do reino que tinha vindo estabelecer. O mesmo grande Doador da lei reafirmou os pronunciamentos do Sinai, dizendo que estavam em vigência para os que quisessem ser seus súditos, e anunciou que qualquer que se atrevesse a anulá-los, já fora por preceito ou, por exemplo, de nenhum modo entraria no reino dos céus. Mateus 5: 20

 

A afirmação de que ao cumprir a lei moral Cristo a ab-rogou não se harmoniza com o contexto da declaração do Mestre. Tal interpretação nega o sentido que evidentemente Jesus quis transmitir. Segundo essa interpretação contraditória, Cristo teria dito que não tinha vindo destruir a lei, senão que ao cumpri-la a ab-rogava. Essa interpretação passa por alto a clara antítese que há na palavra: senão, mas, e faz que as duas idéias sejam virtualmente sinônimas. Ao cumprir a lei, Cristo tão só lhe deu um sentido mais amplo, dando aos homens um exemplo de perfeita obediência à vontade de Deus a fim de que a mesma lei se cumprisse pleróô em nós. Romanos 8: 3 e 4 [[9]].

 

O cumprimento da Lei - Jesus fez uma advertência solene no começo do Sermão da Montanha, em que apresentou a Lei dada por Deus no Sinai por ocasião da Primeira Aliança à luz da graça da Nova Aliança: Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento...

 

Jesus, o Messias de Israel, portanto o maior no Reino dos Céus, tinha a obrigação de cumprir a Lei, executando-a em sua integridade até seus mínimos preceitos, segundo suas próprias palavras. Ele é o único que conseguiu cumpri-la com perfeição... O cumprimento perfeito da Lei só podia ser obra do Legislador divino nascido sujeito à Lei na pessoa do Filho. Em Jesus, a Lei não aparece mais gravada nas tábuas de pedra, mas no fundo do coração. Jeremias 31: 33 do Servo, o qual, pelo fato de trazer fielmente o direito. Isaias 42: 3, se tornaram a Aliança do povo Isaias 42: 6. Jesus cumpriu a Lei até o ponto de tomar sobre si a maldição da Lei; in quod illi incurrerant qui non permanent in omnibus, quae scripta sunt, ut faciant ea, na qual incorreram aqueles que não praticam todos os preceitos da mesma, pois a morte de Cristo aconteceu para resgatar as transgressões cometidas no Regime da Primeira Aliança. Hebreus 9: 15...

 

Jesus ensinava como alguém que tem autoridade, e não como os escribas. Mateus 7: 28 e 29. Nele, é a mesma Palavra de Deus que tinha ressoado no Sinai para a Moisés a Lei escrita, que se faz ouvir novamente sobre o Monte Bem-aventuranças. Ela não abole a Lei, mas a cumpre, fornecendo de modo divino a interpretação última dela: Aprendestes o que foi dito aos antigos... Eu, porém, vos digo. Mateus 5: 33 e 34. Com esta mesma autoridade divina, Ele desabona certas tradições humanas dos fariseus que invalidam a Palavra de Deus. Marcos 7: 8 e 13 [[10]].

 

A LEI ETERNA

 

         A primeira vista isto poderia parecer o pronunciamento de Jesus mais alucinante em todo sermão do monte. Nesta passagem Jesus estabelece o caráter eterno da Lei e depois Paulo confirma: Porque o fim da Lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. Romanos 10: 4 [[11]].

        

 

O Terceiro Passo

 

Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Mateus 5:17.

 

Estamos caminhando com Jesus no monte das Bem-aventuranças. Durante nossa caminhada, exploramos, exploramos o caráter do cristão, nas bem-aventuranças de Mateus 5: 3 a 12, e a influência do cristão, de acordo com Mateus 5: 13 a 16.

 

Agora chegamos à parte mais longa do Sermão do Monte. Mateus 5: 17 a 48 trata da justiça do cristão. Em certo sentido, isso é retornar para dar uma segunda estudada no caráter do cristão, mas dessa vez Je­sus propositalmente trata do assunto no contexto do AT e do código legal judaico.

 

Os versos 17 a 20 podem ser considerados como uma introdução geral à opinião de Jesus sobre a justiça do cristão. Antes de entrar nos deralhes, Ele apresenta alguns princípios básicos. E os princípios que apresenta são os mais importantes do NT.

 

A essência é que Jesus apresenta duas proposições gerais em Mateus 5: 17 a 20. A primeira delas é que tudo o que Ele ensinará está em ple­na harmonia com o AT. Ele não vai contradizê-lo de forma alguma. Sua primeira proposição se encontra nos versos 17 e 18.

 

A segunda importante proposição de Jesus em Mateus 7: 17 a 20 é que, conquanto Seus ensinos estejam em harmonia com o AT, estão em certa desarmonia com muitos dos ensinos dos escri­bas e fariseus, os quais eram muito bem aceitos pela população daqueles dias. Esse segundo ponto se encontra nos versos 19 e 20.

 

O restante do capítulo 5 de Mateus é um comentário ou extensão dos versos 17 a 20. De ponto em ponto, através de seis tópicos ilustra­mos nos versos 21 a 48, Jesus afirma que aceita a lei do AT, mas rejeita a interpretação farisaica da mesma. Nesse processo, Jesus nos ajuda a ver significados mais profundos na lei e em sua natureza espiritual.

 

Uma pessoa nunca pode olhar para a lei da mesma maneira, depois de ter realmente compreendido o que Jesus está ensinando na segunda parte de Mateus 5. Prepare-se; Jesus está pronto para nos conduzir em um importante trajeto para compreender a profundidade e essência da lei de Deus [[12]].

 

A Lei e os Profetas

 

E começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras. Lucas 24: 27.

Quando Jesus fala acerca da lei e dos profetas, Ele está falando a respeito da Bíblia de Seus dias, o Antigo Testamento. A lei consis­tia dos cinco livros de Moisés e ia de Gênesis a Deuteronômio. E os profetas eram os livros daqueles escritores posteriores da Bíblia que en­sinavam a lei, a interpretavam e a aplicavam à nação de Israel.

 

A lei era um conceito central na Bíblia, do início ao fim. Por isso cabe a nós tomar um pouco de tempo para entender o assunto, espe­cialmente porque Jesus disse que isso é importante.

 

A lei de Moisés consistia, na realidade, de vários tipos de leis. A primeira era a lei moral dos Dez Mandamentos, que Deus escreveu em pedras para sempre no Monte Sinai. A lei moral estabelece importantes princípios que abrangem todos os atos e relacionamentos humanos.

 

A segunda categoria de lei, encontrada nos livros de Moisés é a lei cerimonial. Essas leis se referiam à maneira como Deus lidava com o problema do pecado. Centralizavam-se no santuário, em sacrifícios de sangue e no ministério sacerdotal. A lei cerimonial é de grande valor porque prenuncia a importância de Jesus e da natureza de Sua obra.

 

Há uma terceira categoria de lei, que devemos observar. Mas esta não se encontra nos livros de Moisés. Trata-se da lei oral, ou seja, a in­terpretação da Lei de Moisés pelos escribas e fariseus.

 

De particular importância para restante do capítulo 5 de Mateus, são a lei moral e a interpretação que os escribas fazem dela. Essa era a área de conflito entre Jesus e o partido farisaico. É importante sermos precisos em nossa compreensão da lei de Deus, tão importante, na realidade, que Jesus dedica a maior parte de Seus ensinos a elas [[13]].

 

Jesus Sendo Criticado

 

Achava-se ali no sábado um homem que tinha uma das mãos ressequida... Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra. Retirando-se, porém, os fariseus, conspiravam contra ele, sobre como Lhe tirariam a vida. Mateus: 12: 10 a 14.

 

Jesus defendia a verdade. Essa era a fonte de todos os Seus problemas com os líderes judeus. Ele não só ensinava a verdade, mas vi­via a verdade.

 

Os líderes judeus foram achados em falta por Jesus em pelo menos quatro pontos. Primeiro, Ele lhes censurou a falsa compreensão de Deus e da lei. Algumas pessoas pensam que o cristão nunca discorda de ninguém, que o cristão nunca critica a religião ou a crença de outras pessoas. Essa idéia certamente não vem dos Evangelhos. Jesus gentilmente, mas com firmeza, confrontava o erro onde quer que ele fosse encontrado. Isso O colocou em conflito com os escribas e fariseus.

 

Em segundo lugar, Jesus ensinou sobre a graça; que Deus perdoa li­vremente as pessoas que uma vez se rebelaram contra Ele, se elas se arrependerem. Os ensinos acerca da graça dar às pessoas o que elas não merecem perturbavam os fariseus e legalistas de todas as gerações.

 

Em terceiro lugar, Jesus não só ensinava sobre a graça; Ele a praticava quando, com intenções de resgate, Se misturava com publicanos, prostitutas e pecadores. Existe uma classe de pessoas religiosas em tod­as as gerações que vêem com maus olhos essas misturas.

Por último, Jesus não tinha o tipo certo de credenciais para ser um bom ministro. Não possuía educação farisaica, nem fora ordenado. Como resultado de todas essas coisas, Jesus era suspeito desde o começo, tanto entre o povo em geral como entre os líderes religiosos. Era Ele realmente ortodoxo? Como podia Ele crer no AT mesmo assim ensinar e agir daquele modo?

 

Foi para responder a essas perguntas que Jesus afirmou, logo no início de Seu ministério, que Ele cria firmemente no AT e não desprezava a lei e os profetas.

 

A posição de Jesus sobre essas questões deve ser a minha posição.É essencial para mim, hoje, ensinar e viver a verdade conforme é encontrada na Bíblia. Ajuda-me hoje, Senhor, a viver como Jesus e ter pensamentos Dele [[14]].

 

 

Eu Vim

 

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele, e, sem Ele, nada do que foi feito Se fez. A vida estava Nele... E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós. João 1: 1 a 14.

 

Aposto que você não viu essas palavras. Que palavras?

Eu vim, no verso que temos estudado já por alguns dias. Mateus 5: 17.

 

Essas palavras têm rico significado e são muito importantes para a compreensão do restante de Mateus 5.

 

Eu vim. Jesus fez poucas declarações mais importantes que essa. Ele não simplesmente veio. Ele veio de algum lugar. Esse lugar era o lado de Deus o Pai. Ele veio do Céu à Terra. Conforme João mencio­na no verso de hoje, Jesus estivera com Deus desde o princípio. Como Paulo o descreve, Jesus não julgou como usurpação o ser igual a Deus, pois a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tor­nando-Se em semelhança de homens". Filipenses 7.

A encarnação, porém, não foi o início para Jesus. Longe disso. No princípio, criou Deus os céus e a terra. Gênesis 1: 1. Como parte da Di­vindade, Jesus era Criador; Ele era Deus vindo à Terra.

 

No livro de Êxodo, lemos que Jesus era o Eu Sou, Aquele que chamou Moisés na sarça ardente Êxodo 3: 14; João 8: 58. E foi Jesus quem proclamou a lei no Monte Sinai em meio a fogo e trovões.

 

Eu vim. Palavras significativas. Ricas palavras, especialmente no contexto de Mateus 5: 17 a 48. O próprio Jesus, que deu a lei no Monte Sinai, vai agora explicar a profundidade de seu mais elevado significa­do no Monte das Bem-aventuranças. Que privilégio ouvir Suas pala­vras. Que bênção ser capaz de lê-las e assim vivê-las.

 

Eu vim. Essas palavras dizem que quando ouvimos Jesus, esta­mos ouvindo a Deus. Quando adoramos a Jesus, estamos adorando a Deus.

 

Ajuda-me, Senhor, a dedicar minha vida a Ti em gratidão, porque vieste, não apenas para me ensinar, mas para morrer em meu lugar [[15]].

 

Cristo, o Fim da Lei

 

Porque o fim da lei é Cristo. Romanos 10: 4.

 

O fim da lei é Cristo, mas Ele não é o fim da lei. Afinal, Ele cla­ramente afirma em Mateus 5: 17 que não veio revogar a lei. Veio, po­rém, para colocar um fim no mau uso da lei entre Seus seguidores.

 

O mau uso da lei assume diversos aspectos. Teríamos descoberto um deles no texto de hoje, se tivéssemos citado o verso inteiro de Ro­manos 10: 4. A passagem diz o seguinte: Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê. No curso da história do cristianismo, o povo tem tentado obter a salvação através da observância da lei. Paulo nos diz que a crença em Jesus põe um fim nessa maneira de pensar e agir.

 

Mas Jesus também colocou um fim em outras maneiras de pensar sobre a lei. Com toda sinceridade, os judeus haviam multiplicado re­gras e restrições. Eles queriam proteger a lei de Deus e certificar-se de que era observada perfeitamente. Com esse propósito, acharam que precisavam definir todas as coisas. Assim, quando a Bíblia dizia que não deviam trabalhar no sábado, eles tinham que definir o trabalho. Uma dessas definições tinha que ver com levar cargas.

 

O que era uma carga? A lei dos escribas concluía que levar uma carga era transportar alimento de peso igual a um figo seco, ... leite em quantidade suficiente para um gole, ... tinta suficiente para escre­ver duas letras do alfabeto, e assim por diante.

 

Eles gastavam horas argumentando sobre coisas como, por exem­plo, se era pecado um alfaiate carregar uma agulha espetada na roupa no dia de sábado, ou se as mulheres podiam usar broches ou uma presilha no cabelo no santo dia. Eles discutiam até se era permissível usar dentes postiços no sábado.

 

As definições eram inúmeras e abrangiam todos os aspectos da vi­da nos sete dias da semana. Essas pessoas eram os perfeccionistas origi­nais. Para eles, defender sua interpretação da lei era o centro da exper­iência religiosa. Jesus não veio para revogar a lei, mas para dar um fim a todas as abordagens e atitudes para com a lei. Até a lei se transforma em boas novas nas mãos de Jesus [[16]].

 

 

A Lei é Boa (Às Vezes)

 

Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom. Romanos 7: 12.

 

A lei em si mesma é boa, mas não é boa para todas as pessoas, em todas as circunstâncias. Certamente tinha seu lado negativo para os judeus do tempo de Cristo. Como é isso?

Talvez a melhor maneira de considerar a questão, seja através de um exame da história de Israel. Deus deu a lei a Moisés, o qual a trasmitiu aos israelitas. Os israelitas, porém, no início da história não prestaram muita atenção às ordens de Deus.

 

Eles ofereciam sacrifícios no estilo pagão, adotavam os costumes dos povos das culturas vizinhas, e com freqüência simplesmente igno­ravam o conselho divino. Em consequência, Deus enviou profeta após profeta para adverti-los e conduzi-los de volta o fidelidade. Mas, na maioria das vezes, Israel não dava atenção aos profetas.

 

O resultado foi o cativeiro babilônico, com seus 70 anos de exílio. Depois de voltarem do cativeiro, um núcleo significativo de líderes religiosos e políticos dos judeus decidiram que não repetiriam a expe­riência. Observariam a lei e não se misturariam com os povos pagãos, nem adotariam seus costumes.

 

E o resultado? Israel conseguiu cometer o erro contrário. Sob a lide­rança de grupos como os fariseus, eles fizeram da lei o fim em si mesma e a utilizaram como meio de separar-se de outras pessoas. Formaram-se fanáticos observadores da lei. A religião se tornou uma incessante roti­na de ritos e cerimônias. A lei se tornou o centro da vida deles. Nesse processo, deixaram de compreender que a lei era boa se sua natureza espiritual fosse o centro da observância da lei.

 

Uma vez mais precisavam ouvir os profetas. Deviam ouvir Mi­quéias, que escreveu que Deus não está satisfeito com a mera obediên­cia exterior do sistema sacrifical. Se a lei é observada em espírito, nós praticaremos a justiça, amaremos a misericórdia e andaremos hu­mildemente cum Deus. Miquéias 6: 8.

 

Precisamos de equilíbrio em nossa vida. Precisamos ouvir tanto a lei como os profetas. Precisamos observar a lei no espírito que Deus tencionou que a observássemos. Então ela se tornará sempre boa [[17]].

 

Cumprindo a Lei – 1

 

Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai e no Seu amor permaneço. João 15: 10.

 

O fato de Jesus dizer que não veio revogar a lei, mas cumpri-la Mateus 5: 17, confundiu muitas pessoas. A despeito de Suas palavras simples, elas ainda liam e entendiam que Ele revogou a lei de Deus. Mas cumprir não quer dizer abolir, e sim completar, dar sentido com­pleto, desempenhar totalmente. Assim, a palavra cumprir pode ser entendida, pelo menos, de três maneiras diferentes:

 

1 ) Jesus obedeceu totalmente ao que a lei do AT requeria, através de uma vida de obediência;

2) Ele cumpriu os elementos preditos no AT,

3) Ele deu sentido completo, às Escrituras dos judeus, através de Seus ensinos.

 

Havia um sentido no qual Jesus cumpriu o AT nas três maneiras. Vamos examinar cada uma.

 

Não há dúvida alguma a respeito da vida sem pecado de Jesus na Terra. No fim de Sua vida, Ele podia reivindicar, sem temor de qualquer contradição, que havia observado os mandamentos de Seu Pai. Ninguém podia apresentar uma justa acusação contra Ele.

 

Assim, Jesus viveu uma vida de perfeita obediência. Obedeceu a lei em seus mínimos detalhes. Viveu a lei em seu mais amplo sentido e a ela obedeceu perfeitamente.

 

Como resultado, Ele pôde Se tornar nosso sacrifício perfeito, sem mácula, no monte chamado Calvário. Ele provou que eram falsas as acusações de Satanás, de que ninguém conseguia obedecer a Lei de Deus, e Sua vida perfeita fez Dele nosso substituto, tanto na vida como na morte. Nos livros do Céu, o registro de Sua vida perfeita permane­ce em lugar do nosso, quando O aceitamos pela fé. Temos um Salvador que viveu e morreu por nós.

 

Jesus não apenas viveu uma vida de obediência à lei de Deus; Ele também ensinou outros a amarem a lei de Deus e a observarem. Isso se tornará cada vez mais evidente no restante de Mateus 5.

Portanto, há um sentido em que Jesus cumpriu a lei de Deus vivendo-a plenamente, observando-a perfeitatnente, e ajudando-nos a ver o significado completo da lei, pela maneira em que viveu e pe1os ensinos que transmitiu [[18]].

 

Cumprindo a Lei – 2

 

A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que Eu vos falei, estando ainda convosco, que importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Lucas 24: 44.

 

O segundo sentido em que Jesus cumpriu a lei e os profetas é que Ele cumpriu as profecias do AT concernentes ao Messias que haveria de vir. As predições messiânicas e seu cumprimen­to em Jesus de Nazaré solidificaram a fé dos cristãos, desde os tempos do próprio Jesus. Consideremos algumas das profecias do AT que Jesus cumpriu.

 

Miquéias nos fala acerca do lugar de Seu nascimento: E tu, Be­lém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Ju­dá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel. Miquéias 5: 2; Mateus 2: 6. Vá­rias outras passagens do AT nos falam que o Messias viria da tribo de Judá, através da descendência de Davi. Não é aciden­talmente que os Evangelhos freqüentemente se referem a Jesus como o Filho de Davi.

 

Isaias descreve a natureza do ministério de Cristo, quando escre­veu sobre o Messias: O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim, por­que o Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, en­viou-Me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados 61: 1; Lucas 4: 18. O serviço sacrifical de todo o AT apontava para Jesus como o Cordeiro de Deus. João 1: 36, que morreria pelos pe­cados do mundo.

E Isaías 53 nos diz que Jesus seria desprezado e o mais rejeitado entre os homens. verso 3, não revidaria quando levado como ove­lha muda perante os Seus tosquiadores. verso 7, morreria por causa da transgressão do Seu povo. verso 8, e Lhe designariam sepultura com os perversos os ladrões na cruz e com os ricos estaria na mor­te. verso 9 - a tumba de José de Arimatéia.

 

Poderíamos ir longe nesse assunto. Jesus cumpriu as profecias do AT. Nós servimos a um Deus que sabe o fim desde o princípio [[19]].

 

 

A Verdadeira Plenitude da Lei

 

Tudo quanto ouvi de Meu Pai vos tenho dado a conhecer. João 15: 15.

 

Conquanto seja verdade que Jesus desempenhou ou cumpriu o AT, por ter cumprido as profecias messiânicas e por ter observado perfeitamente a lei do AT, isso não consti­tui o significado central do que Jesus quer dizer em Mateus 5: 17.

 

O significado principal de qualquer passagem é melhor determina­do, não pelas palavras do texto em si, mas por meio de cuidadoso exa­me do seu contexto. E o que encontramos quando examinamos o con­texto de Mateus 5: 17?

 

Encontramos Jesus cumprindo o significado da lei. Isso fica claro no restante do capítulo 5 de Mateus. Depois de fazer alguns comentários preliminares nos versos 17 até 20, Jesus Se concentra em vários ensinos dos judeus, o sexto e o sétimo mandamentos do Decálogo e as práticas judaicas do divórcio, juramento, retaliação e amor ao próximo.

 

Jesus prefacia cada um dos seis ensinos com as palavras: Ouvistes que foi dito aos antigos. Então Ele prossegue, dando a compreensão contemporânea do assunto. Depois Ele diz: Eu, porém, vos digo... A essa altura, em cada caso, Jesus continua explicando a profundidade e a extensão da lei ou da prática em seu mais amplo sentido.

 

Dessa maneira, Jesus está dando sentido ou cumprindo a lei. Ele lhe dá sentido completo: Sua missão era engrandecer a lei, e a tornar ilustre ou gloriosa. Isaías 42: 21 Tradução Trinitária. Ele devia mostrar a natureza espiritual da lei, apre­sentar seus princípios de vasto alcance, e tornar clara sua eterna obri­gatoriedade. - O Maior Discurso de Cristo, pág. 49.

 

Nesse processo, Jesus nos legou alguns dos Seus mais preciosos ensinos. E o que começa no Sermão do Monte, Ele continua através do Seu ministério. Jesus des­carta todas as concepções erradas acerca dos ensinos de Deus, que ha­viam sido acrescentadas por seres humanos, e coerentemente conduz à profundeza do significado e propósito encerrados pelas regras e regula­mentos divinos. Ele nos ajuda a compreender o espírito da lei - o es­pírito de amor, que torna cristãs a observância da lei e a obediência. Senhor, ajuda-me hoje a ouvir o que o Mestre tem a dizer [[20]].

 

         18 - Porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só i, uma só vírgula da lei sem que tudo seja realizado.

 

        VERDADE - Introduzindo por amém Salmo 41: 14; Romanos 1: 25 algumas das afirmações. Jesus salienta sua autoridade 6: 2 5 e 16; João 1: 51 [[21]].

 

Grego: Amém, do Hebraico amem firme, estabelecido, seguro. Segundo o sentido hebraico, o amém significa uma resposta confirmatório e enfática ao que diz outra pessoa Números 5: 22; Deuteronômio 27: 15 a 16; etc. Dá o mesmo sentido no NT. I Corintios 14: 16. Emprega-se o amém com freqüência no NT ao final de uma doxologia Romanos 1: 25; Gálatas 1: 5. Mas é peculiar de Jesus a forma em que usa o amém para confirmar o que ele mesmo diz e para dar-lhe mais ênfase. O começam muitas de suas expressões dizendo: Em verdade em verdade vos digo Mateus 6: 2, 5, 16; etc, ou, como aparece no Evangelho de João 25 vezes, Em verdade em verdade te digo João 3: 3, 5, 11 [[22]].

 

         NÃO SERÁ OMITIDO - Nem um só i, uma só vírgula, o i representa um yod, a menor letra do alfabeto hebraico que parece comum apóstrofo '. O til representa um pequenino traço que prolongava um lado de certas letras hebraicas para distingui-las de outras. O que o Senhor deseja comunicar é que cada letra de cada palavra do AT é vital e será cumprida [[23]].

 

        Gotas do caráter dos livros dos céus - A lei de Deus revela o secreto dos corações, projetando luz sobre coisas antes sepultadas e ocultas. Deus conhece cada pensamento, cada propósito, cada plano, cada motivo. Os livros dos céus revelam registram os pecados que não foram cometidos pôr falta de oportunidade. Deus trará a juízo toda a obra, e toda coisa coberta. Com sua lei mede o caráter de cada homem. Assim como o artista transfere à tela as feições do rosto, assim também as feições de caráter de cada homem, se compara como uma fotografia com sua lei. Revela ao homem seus defeitos e exorta ao arrependimento, e apartar-se do pecado [[24]].

 

         CÉU E A TERRA - Passarão os céus e a terra. Minhas palavras, porém não passarão. Marcos 13: 31; É mais fácil passar o céu e a terra do que uma só vírgula cair da Lei. Lucas 16: 17. A lei é a expressão da vontade de Deus, e o plano da salvação é uma expressão de sua misericórdia, nenhum deles fracassará. A palavra de Deus é segura, e para sempre Seca-se a erva, murcha-se a flor, mas a palavra de nosso Deus subsiste para sempre. Isaias 40: 8 [[25]].

 

OMITIDO - Sua palavra cumprirá os benéficos propósitos divinos e prosperará Isaías 55: 11. Não haverá modificações nos preceitos divinos para serem amoldados aos preceitos humanos.

 

Quando Cristo iniciou sua campanha, Satanás enfrentou-O e disputou cada polegada de terreno, empregando todos os seus meios e poderes para derrotá-lo. Havia muita coisa envolvida neste conflito. Fortes interesses estavam em jogo. As questões a serem respondidas eram: A lei de Deus é imperfeita, e precisa ser emendada ou abolida? ou é imutável? O governo de Deus é estável? Ou necessita de modificações? Essas questões precisavam ser respondidas não somente perante os que residiam na cidade de Deus, mas também perante os habitantes de todo o universo celestial...

 

Satanás seguiu o Filho de Deus da manjedoura à cruz. As tentações incidiam sobre Ele como uma tempestade. Mas, quanto mais intenso era o conflito, tanto mais Ele ficava familiarizado com as tentações que assediam o homem e mais preparado para socorrer os que são tentados.

 

A severidade da provação pela qual Cristo passou foi proporcional ao valor do objetivo a ser alcançado ou perdido pelo Seu êxito ou fracasso. Não se achavam envolvidos meramente os interesses de um só mundo. Este mundo era o campo de batalha, mas todos os mundos que Deus criara foram afetados pelo resultado do conflito... Satanás procurou causar a impressão de que estava promovendo a liberdade do Universo. Mesmo quando Cristo Se achava sobre a cruz, o inimigo estava resolvido a tornar seus argumentos tão diversificados, tão enganosos, tão insidiosos, que todos se convencessem que a lei de Deus era tirânica. Ele mesmo elaborou todo o projeto, planejou todo o mal, inflamou toda a mente para causar aflição a Cristo. Ele mesmo instigou as falsas acusações contra Aquele que só praticara o bem. Ele mesmo inspirou as cruéis ações que aumentaram o sofrimento do Filho de Deus; o Puro, o Santo, o Inocente.

 

Pôr esse modo de atuar, Satanás, forjou uma corrente com a qual ele mesmo será atado. O universo celestial dará testemunho da justiça de Deus em puni-lo. O próprio Céu viu o que seria o Céu, se ele estivesse ali...

 

Não apenas na mente de algumas criaturas finitas neste mundo, mas na mente de todos os habitantes do universo celestial, tem sido estabelecida a imutabilidade da lei de Deus... A uma voz eles exaltavam a Deus como justo, misericordioso, abnegado, íntegro [[26]].

 

NEM UM SÓ ‘ - Grego: ióta, a nona letra do alfabeto grego, que corresponde à letra hebraica yod, a menor do alfabeto hebraico [[27]]

 

UMA SÓ - Nem uma. A construção grega tem um negativo sumamente enfático. Uma mudança na lei moral é tão impossível como uma transformação do caráter de Deus, quem não pode mudar Sim eu, Iahweh, não mudei, mas vós filhos de Jacó não cessaste. Malaquias 3: 6. Os princípios da lei moral são tão permanentes como Deus [[28]]. 

 

VÍRGULA - Literalmente nem um iota, nem um risquinho [[29]].

 

Til. Grego: keráia, o ganchinho na letra wau ou parte de alguma outra letra necessária para distingui-la de tina letra similar. Ao ver algo parecido entre as letras hebraicas equivalentes a b e k, d e r, h e j, se compreenderá quão importantes são os detalhes diminutos dessas letras. Os judeus tinham por tradição que se todos os habitantes da terra tentassem abolir a menor letra da lei, não poderiam ter sucesso. Raciocinavam que o fazer significaria uma falta tão grande que o mundo seria destruído [[30]].

 

TUDO SEJA REALIZADO - Tenha-se cumpridoGrego: gínomai chegar a ser, ocorrer, estabelecer-se. Deus não modificará nem mudará sua vontade já expressada. Sua palavra cumprirá os benéficos propósitos divinos e será prosperada. Isaias 55: 11. Não terá modificação dos preceitos divinos para moldá-los com a vontade do homem [[31]].

 

Repetidas vezes Jesus quebrantou o que os judeus chamavam de lei. Não cumpriu o lavar das mãos que a Lei estabelecia, curava os enfermos no sábado, ainda que a Lei proibisse tais curas, de fato foi condenado e crucificado por quebrantar a Lei, e no texto sem dúvida fala como uma reverência e veneração que nenhum rabino ou fariseu pudesse superar. A menor letra, que a Bíblia Reina Valera chama de jota comparada à letra hebraica yod. Era algo parecido com o que chamamos de apóstrofe, nem sequer uma letra não muito mais que um mínimo ponto se omitiria. A parte menor da letra o que a Reina Valera chama de til, pontos utilizados para diferenciar uma letra de outra. Jesus enfatiza e estabelece que a Lei seja tão sagrada que nem mesmo a mínima letra ou detalhe desaparecerá.

 

Algumas pessoas têm se surpreendido com este ditado e tem chegado à conclusão de que não é possível que Jesus tenha dito isto. Sugerem que Mateus é o mais judaicos dos evangelhos, e que Mateus escreveu especialmente para convencer os judeus, e esta é uma frase que Mateus colocou nos lábios de Jesus. Que não disse nada semelhante. Porém este é um raciocínio muito pobre, porque esta é uma frase que é muito improvável ter sido inventada, tanto assim que Jesus a reafirma: quando entendemos a frase, compreenderemos que era inevitável que Jesus a tivesse proferido.

 

Os judeus usavam a expressão A Lei de quatro maneiras diferentes:

 

1. Usavam para referir-se aos Dez Mandamentos.

2. Usavam para se referir aos cinco primeiros livros das Bíblia, o que chamamos Pentateuco, que significa os cinco rolos; que era para o judeu A Lei por excelência, e considerada a parte mais importante da Bíblia.

3. Usavam a frase A Lei e os profetas referindo-se a toda Escritura, num sentido global para descrever o que chamamos de AT.

4. Usavam com o sentido da Lei dos escribas oral.

 

Nos tempos de Jesus o quarto sentido era o mais corrente, e foi esta Lei que tanto Jesus como Paulo condenaram veementemente. O que era então a Lei dos escribas?

 

No AT encontramos muito poucas leis e normas; o que encontramos são grandes princípios que cada um é interpretado debaixo das orientações de Deus, e aplicadas em situações concretas da vida. Os Dez Mandamentos não nos dão normas e regras, São todos elos de grandes princípios que orientam nossa vida. Para os judeus estes grandes princípios não eram suficientes. Sustentavam que a Lei era de origem divina, e que nela Deus havia dito a última palavra, e tudo estaria inserido nela. Se alguma coisa não estava na Lei explicitamente, teria que estar implícita. Discutiam que a Lei que deve ser possível deduzir da Lei, uma regra ou uma norma para cada situação da vida. Assim surgiu a classe que chamamos de escribas, cujo trabalho era reduzir os grandes princípios da Lei literalmente em milhares de regras e normas.

 

Vamos ver isto em ação. A lei estabelece a santidade do dia de sábado, e que neste dia não se pode realizar nenhum trabalho. Isto é um grande princípio. Porém os legalistas judeus tinham paixões por definições, e se perguntaram. O que é trabalho?

 

Como trabalho se classificaram todas as espécies de coisas. Por exemplo: Levar uma carga no dia de sábado era um trabalho. Então havia a necessidade de se definir o que era carga. Pela lei dos escribas a carga consistia em: Comida equivalente ao peso de um figo seco, vinho suficiente para encher um taça, leite para um copo, mel necessário para cobrir uma ferida, azeite suficiente para ungir uma criança, água necessária para umedecer o olho, papel necessário para escrever um recibo de impostos, tinta suficiente para escrever as letras do alfabeto, e assim até os infindáveis itens. Passavam horas discutindo se um homem poderia ou não mover uma lâmpada de um lado para outro no sábado, se uma mulher poderia usar um broche, ou usar uma dentadura postiça, ou próteses, se podia carregar no colo uma criança. Para eles esta era a essência da religião. Sua religião era um legalismo de regras e normas insignificantes.

 

         Escrever era um trabalho, portanto proibido de se realizar no sábado. Havia necessidade de se definir a escrita. Sua definição dizia: O que escreve duas letras do alfabeto, com a mão direita e com a esquerda, de uma classe ou outra tanto se escreve com tintas diferentes, é culpado. Ainda que o escriba escreva duas letras sem se dar conta é culpado, mesmo que escreva ou pinte em várias cores é culpado.. Porém se escreve com uma tinta escura, ou com o sumo do fruto que não deixe uma marca permanente não é culpado. Escreve-se na parede da casa, no solo ou nas páginas de um livro que não se podem ler juntas, não é culpado. Isto é um exemplo típico da lei dos escribas, e isto que o judeu ortodoxo considerava a verdadeira religião a serviço de Deus.

 

         Curar era outro trabalho proibido no sábado. Obviamente teria que ser definido. Estava permitido realizar uma cura se houvesse perigo de morte, especialmente em caso de enfermidades na garganta, nariz, ouvidos, se adotavam medidas no caso da gravidade da doença do paciente. Assim se poderia por uma venda na ferida, porém não o óleo; se podia por um algodão em um ouvido dolorido, porém sem medicação.

 

         Os escribas eram os que definiam estas regras e normas. Os fariseus, cujo nome quer dizer separados eram os que elaboravam todas as atividades normais da vida para observar todas estas regras e normas.

 

         Podemos ver a que ponto chegaram pelos seguintes textos. Durante muito tempo estas leis dos escribas não foram escritas, eram ditadas de forma oral, e se transmitiam de geração em geração de escribas. Por volta do século III d.C. se fez um sumário destas leis e a codificaram. Isto que é conhecido como o Mihsná. Contém 63 tratados sobre vários assuntos da lei, que se tornou um livro tão vasto como a Bíblia. Os estudiosos judeus posteriores elaboraram comentários para explicar o Mihsmá. Estes comentários são conhecidos como os Talmudes. O Talmude de Jerusalém teve doze volumes impressos, e o Talmude babilônico sessenta volumes.

 

         Para um judeu ortodoxo estrito do tempo de Jesus, a religião, servir a Deus, era uma questão de cumprir milhares de regras e normas legais, consideravam estas ridículas regras e normas literalmente de vida ou morte e o que decidia seu destino eterno. Está claro que Jesus queria dizer que nenhuma destas regras e normas não haveria de desaparecer, repetidamente Ele as quebrantou. Ele mesmo as condenou. Isto não era o que Jesus entendia por Lei, mas esta classe de Lei que Jesus e Paulo condenaram [[32]].

 

 

A ESSÊNCIA DA LEI

 

         Então, o que entendia Jesus por Lei? Disse que não veio para abolir a Lei, mas cumprir. Veio para descobrir o verdadeiro sentido da Lei. Qual é o verdadeiro sentido da Lei? Atrás da Lei oral dos escribas havia um grande princípio que os escribas e os fariseus não haviam captado. O grande princípio da Lei é que o homem deve procurar e buscar em todas as coisas cumprir a vontade de Deus; e quando a conhece, deve dedicar sua vida e obedecer. Os escribas e fariseus tinham razão para buscar a vontade de Deus, e dedicar sua vida para obedecer, porém não podiam identificar a vontade de Deus com aquela quantidade de regras e normas feitas por homens.

 

         Qual então é o princípio verdadeiro que havia por trás da Lei, esse princípio a que Jesus veio cumprir, qual o verdadeiro sentido que Ele veio revelar?

 

         Quando consideramos os Dez Mandamentos, que são o fundamento e a essência de toda Lei, podemos resumir em duas palavras: respeito e reverência. Reverência para com Deus, em nome de Deus, no Dia de Deus, respeito com os pais, a vida, propriedade, personalidade, a verdade e o bom nome de tal maneira que não sejamos dominados pelos maus desejos. Estes são os princípios fundamentais dos Dez Mandamentos, princípios de reverência para com Deus e respeito para com nossos semelhantes e conosco. Sem eles não pode existir Lei. São à base da Lei.

 

         Essa reverência e este respeito a que Jesus veio cumprir. Veio mostrar como deve ser a reverência para com Deus e o respeito para com as pessoas. A justiça, diziam os gregos, consiste em dar a Deus e aos homens o que lhes é devido. Jesus veio mostrar-nos em uma vida normal e reverência a Deus e as pessoas o respeito que lhe são devidos.

 

         Esta reverência não consiste em obedecer a uma plêiade de normas e regras mesquinhas. Não consiste em sacrifício, mas em misericórdia, não em legalismo, mas em amor, não em proibições que demandam no que se poderia fazer, mas na instrução de moldar nossas vidas ao mandamento positivo do amor.

         A reverência e o respeito que são à base dos Dez Mandamentos nunca pode passar, são a base permanente das relações de uma pessoa com Deus e com os demais [[33]]. 

 

 

A Perpetuidade da Lei

 

 

Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra. Mateus 5:18.

 

Jesus não poderia ter dito isso de maneira mais clara. A lei de Deus não pode ser mudada no mínimo grau. Suas exigências são perpétuas. Assim como o céu e a Terra são sinais de perpetuidade, no sentido de que eles estão sempre aí, assim à lei de Deus é perpétua. Não é algo que Ele muda de tempos em tempos porque sente o desejo de fazer al­guma coisa diferente. Não, seus princípios estão embutidos na própria estrutura do Universo.

 

Gosto da maneira como a versão da Bíblia The Message traduz a primeira parte de nosso verso: A lei de Deus é mais real e duradoura do que as estrelas no céu e a terra debaixo dos seus pés. Muito depois de as estrelas se apagarem e a Terra se desgastar, a Lei de Deus perma­necerá viva e ativa. Isso sim, é perpetuidade!

 

Mas por que essa perpetuidade? Não tem Deus livre-arbítrio? Não pode Ele escolher o que quer fazer?Logicamente, Ele pode fazer o que bem desejar. Mas as perguntas omitem o ponto principal. Os caminhos da lei básica de Deus são os caminhos da saúde e da vida. O contrário da lei é a morte, a destrui­ção e a desordem. Considere os Dez Mandamentos, por exemplo. É im­possível ter uma sociedade sadia na qual as pessoas matam umas às ou­tras e não se pode confiar em ninguém.

 

A lei de Deus não pode ser mudada porque é uma representação vi­sível do Seu caráter. Seus próprios princípios são para o nosso eterno bem. Por isso, nem a menor partícula da lei de Deus, nem um i ou um til a menor letra e o menor acento do alfabeto hebraico, serão mu­dados. Isto é para o nosso bem.

 

E conquanto isso seja verdade a respeito dos Dez Mandamentos, é também verdade para todo o Antigo Testamento, a lei e os profetas. O AT ainda é válido para os cristãos.

 

Até mesmo a lei cerimonial tem algum significado para nós. Jesus cumpriu o tipo sacrifical, mas os princípios do sistema ainda estão sen­do seguidos no grande santuário celestial.

 

Devemos ser agradecidos porque nosso Deus é um Deus de conti­nuidade e perpetuidade [[34]].

 

A Lei de Deus é Eterna

 

A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Romanos 13: 8 a 10.

 

Pense sobre isso por um momento. Imagine Deus andando no Céu, dizendo aos santos anjos: Por favor, não cometam adultério com nenhum dos seus vizinhos. Eu nem tenho certeza se os anjos são ca­pazes, fisicamente, de cometer adultério.

 

Por outro lado, pense em Deus instruindo os anjos a honrarem seus pais e mães. Diga-me: Eles têm pais e mães? Os anjos observavam a lei de Deus sem saber, porque ela estava es­crita no âmago do seu coração. Comparar com Hebreus 8: 10 e II Corintios 3: 3. Aos anjos não foi necessário dizer: Não matarás ou Não furtarás, porque eles foram positivamente motivados do íntimo do coração para respeitarem os outros.

 

A lei no Decálogo, entretanto, representa um princípio universal e eterno. Jesus salientou esse princípio quando Lhe foi perguntado acerca do grande mandamento. É o princípio do amor a Deus e aos nossos semelhantes.

 

Por causa do pecado, Deus tornou Sua lei eterna mais explícita. Ele estabeleceu o princípio do Seu amor em dez ilustrações ou manda­mentos que representam maneiras decisivas de amar a Deus e aos semelhantes. Mas envolvendo-os a todos, está o princípio do amor, o ver­dadeiro princípio do Seu caráter. I João 4: 8.

 

Deus deseja escrever Sua lei eterna de amor no âmago do nosso co­ração. Quando isso for feito, será natural para nós sermos atenciosos para com Ele e para com os demais. Que lugares maravilhosos seriam nosso lar e nossa igreja se deixás­semos que Deus escrevesse mais [[35]].

 

 

O Que a Lei Não Faz

 

Ninguém será justificado diante Dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Romanos 3: 20.

 

Há uma coisa muito importante que a lei de Deus não pode fa­zer. Ela não nos salva. Paulo afirma que a função da lei não é justificar, mas mostrar-nos onde erramos. Como ele diz em Romanos 7:7: Eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei.

 

Tiago 1: 23 a 25 compara a lei com um espelho. Antes de sair para o trabalho cada manhã, me coloco em frente ao espelho para descobrir o que está certo e o que está errado com o rosto e os cabelos. O espe­lho me mostra que não estou preparado para me expor ao público, que tenho uma mancha no rosto e meus cabelos não estão bem penteados.

 

A função do espelho é destacar coisas que precisam melhorar. Co­nhecedor disso, utilizo o sabonete, a bucha e o pente. De nada me va­lerá esfregar o espelho no rosto para tirar a mancha, nem passar o es­pelho nos cabelos para penteá-los. O propósito do espelho é mostrar pontos que precisam melhorar.

 

Assim é com a lei de Deus. Quando comparo a minha pessoa com a lei, descubro que tenho problemas na vida. Mas a lei não pode cor­rigir esses problemas. Ela tem outra função: mostrar que sou um peca­dor. A lei destaca meus problemas e necessidades, mas não os solucio­na ou satisfaz.

 

Paulo está correto em dizer que a lei de Deus é santa, justa e boa Romanos 7: 12. Mas ele também está correto em dizer que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo. I Timóteo 1: 8.

 

A verdade assombrosa é que a lei pode ser usada adequadamente ou inadequadamente. Uma das maiores tentações da natureza humana é usar a lei de Deus de maneira ilegítima. A lei não é uma escada para o Céu, mas ela nos deixa cientes de nossa necessidade dessa escada. A transgressão da lei nos mostra que somos pecadores perdidos. Se a lei transgredida fosse tudo o que tivés­semos, seríamos os mais infelizes. Mas a lei aponta para além de si mes­ma, para Jesus e para a verdadeira solução para os nossos problemas [[36]].

 

 

A Lei Aponta Para Jesus

O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 6:23.

 

A mensagem da lei transgredida não é interessante. Ela nos diz que fomos rebeldes contra Deus, ou pecamos. Como resultado, perma­necemos debaixo da condenação da lei. E essa condenação é realmen­te severa. Não é nada menos do que a pena de morte. O salário do pe­cado é a morte.

 

Bem, isso não é uma boa nova. É a pior das notícias.

Mas é aí que se enquadram as boas novas. Porque o nosso texto continua dizendo que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cris­to Jesus.

 

As boas novas evangelho são que Deus amou ao mundo a mim de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16.

 

As boas novas do evangelho são exatamente o oposto das más no­vas da transgressão da lei. A salvação é uma dádiva em Jesus. E deve­-se observar que a palavra para dádiva, em Romanos 6: 23, tem a mes­ma raiz que a palavra usada para graça. Graça é a dádiva de Deus a nós em Jesus. Nós nos apossamos dessa graça através da fé em Jesus, quando afinal compreendemos quão desamparados estamos diante do dedo condenador da lei transgredida.

 

Por isso, podemos dizer que a lei literalmente nos conduz a Jesus. Lei e graça não funcionam em oposição uma à outra. Elas trabalham juntas. A lei transgredida me mostra que estou sujo e necessito ser pu­rificado. E essa necessidade me conduz a Jesus. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos pu­rificar de toda injustiça. I João 1: 9.

 

Podemos louvar a Deus hoje porque Ele nos ama tanto que fez pro­visões para cada uma de nossas necessidades. Podemos louvar a Deus hoje porque, através da graça, Ele concede àqueles que aceitam o sa­crifício de Jesus a vida eterna que eles não mereciam por si mesmos, em lugar da morte eterna que lhes cabia como salário [[37]].

 

O Ensino Bíblico Mais Repugnante

 

Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenha dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida. Levítico 17: 11.

 

Era 1:30 da tarde. Eu acabara de chegar da igreja.

Após um rápido almoço aquecido no micro-ondas, me dirigi até a garagem para pegar Scottie, nosso vibrante cachorrinho. Como de cos­tume, seu submisso corpinho atendeu meu chamado. Com confiança ele me olhou, na esperança, sem dúvida alguma, de que eu tivesse um ossinho escondido nas mãos atrás de mim.

 

Ergui-o gentilmente e levei-o até o porão, pois eu não queria que o estranho ato que iria praticar naquele dia fosse visto pelos vizinhos. Escondido em segurança, coloquei o cachorrinho do meu lado e arran­jei minhas ferramentas. Depois ajoelhei-me e orei.

Então, colocando minha mão direita sobre a cabeça do animalzi­nho, confessei meus pecados. Enquanto isso, com a mão esquerda, pas­sei uma faca bem afiada pela garganta do confiante e ingênuo Scottie. Por volta de 1:50 eu havia terminado.

 

A experiência me devastou. Eu não havia matado coisa alguma por muitos anos, muito menos com as próprias mãos. Enquanto estava ali ajoelhado, semiparalisado, eu podia sentir as artérias do cachorro pulsando ao verter suas últimas gotas de sangue - cada pulsação pare­cia fazer ecoar a mensagem: O salário do pecado é a morte, o salário do pecado é a morte. Com náusea indescritível, me arrastei até a pia, onde procurei lavar minhas mãos pegajosas daquilo que me fazia lem­brar de que o pequeno Scottie havia morrido pelos meus pecados.

 

Agora, antes de você ligar para o Departamento de Proteção aos Animais, compreenda, por favor, que toda essa história é totalmente fictícia. Contei essa história para que você pudesse ter uma idéia do que era o sistema sacrifical do AT.

 

Se a ilustração lhe causou repugnância, alcancei meu objetivo; o propósito de salientar o preço elevado do pecado e suas terríveis con­seqüências na vida de Cristo. Lembre-se de que Ele morreu pelos meus pecados. Morreu em meu lugar. Ele sofreu a pena de morte que me ca­bia, para que eu tivesse a Sua vida. Esse é o mistério da cruz, o ponto principal dos dois testamentos [[38]].

 

 

Jesus Morreu Por Mim – Antigo Testamento

 

Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala. Hebreus 11:4.

 

 

Li pela primeira vez a história de Caim e Abel quando tinha 19 anos de idade. Fiquei enraivecido quando cheguei à conclusão. Vindo para o cristianismo, naquela ocasião, pelo portão adventista, concluí que o sacrifício de hortaliças tinha de ser melhor do que o de sangue. Pensei até que a oferta de Caim fora superior à de Abel porque foi ne­cessário mais esforço humano trabalho para cultivar as frutas e legu­mes do que para sentar-se em cima de uma pedra e vigiar enquanto as ovelhas comiam e se multiplicavam.

 

A situação tornou-se pior ainda quando li que Deus Se agradou da oferta de sangue de Abel e não Se agradou das boas obras de Caim. De repente, me encontrei simpatizando com Caim e partilhando de sua ira diante de tal injustiça Gênesis 4: 1 a 6. Eu não tinha a menor idéia do que Deus queria dizer quando mencionou a Caim que se ele proce­desse bem, certamente também seria aceito.

 

Essa história é absurda sem o conhecimento do sacrifício substituinte. Só muito tempo depois é que li Hebreus 11:4, que nos diz que Abel ob­teve testemunho de ser justo por causa do seu sacrifício de sangue. Só nessa ocasião é que compreendi também as verdades de que sem derra­mamento de sangue, não há perdão de pecados. Hebreus 9: 22, BLH, e que Cristo é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. João 1: 29.

 

Em meus anos de maior amadurecimento, pude compreender que Caim sabia o que eu não sabia quando li a Bíblia pela primeira vez. E considerando que a morte substituinte do Salvador está implícita no sacrifício de Abel, ela é apresentada em maior profundidade e ampli­tude no sistema sacrifical demonstrado por Moisés. Esse sistema é a li­ção objetiva principal do plano da salvação no AT.

 

O sacrifício substituinte é o alicerce de todos os símbolos da salva­ção, desde o princípio da história bíblica após a queda do homem. Mas só na morte de Jesus é que vemos o significado total dos símbolos. Ele li­teralmente cumpriu de forma completa o significado das leis sacrificais [[39]].

 

Jesus Morreu Por Mim – Novo Testamento

 

A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o Meu sangue, o sangue da nova aliança, derramando em favor de muitos, para remissão de pecados. Mateus 26: 27 e 28.

Jesus não cumpre a lei e os profetas só no AT. Ele faz o mesmo no Novo, ao morrer por todos nós na cruz do Calvá­rio. Ele não só morreu em meu lugar, assumindo a penalidade da lei, mas deu sentido completo cumpriu ao significado da lei cerimonial de sacrifícios.

 

O sacrifício é exatamente o ponto central da linguagem usada pe­los escritores do NT para descrever o significado da morte de Cristo e o significado do evangelho. A linguagem e as ima­gens do sistema judaico permeiam as discussões do NT. Assim, João Batista chama Jesus de O Cordeiro de Deus que tira o pe­cado do mundo. João 1: 29; Paulo se refere a Cristo como Nosso Cordeiro pascal. I Corintios 5: 7); e Pedro reivindica que seus leitores não foram resgatados mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, ... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácu­la, o sangue de Cristo. I Pedro 1: 18 e 19.

 

É, porém, o livro de Hebreus, com sua abrangente comparação en­tre a obra de Jesus e o sistema sacrifical judaico, que apresenta de ma­neira mais clara a morte de Cristo como sacrifício pelo pecado do ser humano. Sem derramamento de sangue, diz Hebreus, não há remis­são. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios sistema sacrifical judai­co, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Hebreus 9: 22 e 23. Jesus Se manifestou uma vez por todas, para aniqui­lar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado. Verso 26. Sendo que o sangue de touros e de bodes não pode, de modo nenhum, tirar os pe­cados de ninguém, Cristo ofereceu só um sacrifício para tirar peca­dos. Hebreus 10: 4 e 12, BLH.

 

Vez após outra vemos que Jesus cumpriu a lei, não só através de Sua vida e ensinos, mas também por Sua morte.

 

Tenho um Salvador que morreu em meu lugar [[40]].

 

Mais Sobre o Cumprimento da Lei

 

Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado. I João 1: 7.

 

Cristo cumprindo a lei e os profetas é uma das idéias mais abran­gentes no NT. E exatamente no centro do NT e da fé cristã está a cruz de Cristo.

 

Você já pensou no formato dos Evangelhos, comparando-o com o de outras biografias? Os Evangelhos são biografias anormais, no sentido de que eles dão uma quantidade desproporcional de espaço para a histó­ria dos últimos dias de Cristo na Terra, Sua morte e ressurreição.

 

Os Evangelhos são diferentes da maioria de outras biografias de pes­soas importantes. Uma biografia normal pode conter algumas cente­nas de páginas sobre a vida e as contribuições de seu personagem, e apenas umas cinco a dez páginas sobre a morte dessa pessoa. Isso por­que o biógrafo está preocupado principalmente com a vida da pessoa. Os Evangelhos são inigualáveis na história da literatura mundial nesse respeito. O seu ponto de enfoque é a morte do seu herói. João de­dica quase a metade do seu Evangelho para dar cobertura a esse assun­to. Mais estranho ainda, é que o herói do Evangelho não tem morte de herói. Sua morte pela aparência exterior foi uma morte de abando­no por Deus Mateus 15: 34, porque, como aprendemos dos autores do NT, Ele estava carregando os pecados do mundo intei­ro e morrendo pelos pecados de toda a humanidade.

 

Essa é a razão por que o sangue de Jesus é tão importante para os autores do NT e para nós. Cada imagem da salvação no NT é baseada no derramamento do sangue de Cristo. Desse modo, lemos que: Deus O apresentou a Cristo como sacrifí­cio para propiciação... pelo Seu sangue" (Rom. 3:25, BLH), "nEle te­mos a redenção por meio de Seu sangue. Efésios 1: 7, BLH, agora fomos justificados por Seu sangue. Romanos 5: 9, BLH, e Deus assim agiu para que por meio dEle reconciliasse consigo todas as coisas, ... esta­belecendo a paz pelo Seu sangue derramado na cruz. Colossenses 1: 20, BLH.

 

Muito obrigado, Jesus, por cumprires a lei em Tua vida e em Tua morte. Muito obrigado por assumires a pena de morte por mim, para que eu possa ter ressurreição e vida em Ti. Agradeço muito por seres o Cordeiro de Deus [[41]].

 

A Justiça de Deus e a Cruz de Cristo

 

Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação... Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra e glória, e louvor. Apocalipse 5: 9 e 12.

Por acaso você já notou que os cânticos de Apocalipse têm pro­funda relação com o mérito e justiça de Deus? Vamos considerá-los. A primeira série de doxologias de louvor é encontrada em Apoca­lipse 5. Aí, o mérito de Jesus está baseado no fato de que Ele morreu no Calvário pela humanidade.

 

A segunda importante série é encontrada por ocasião do derrama­mento das sete últimas pragas. Pelo menos três vezes a justiça e vera­cidade de Deus são louvadas. Tu és justo nos Teus julgamentos. Apocalipse 16: 5, BLH, proclama o anjo ao derramar a terceira praga. O altar responde dizendo: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os Teus juízos. Apocalipse 16: 7. Ver também Apocalipse 15:3 e 4.

 

A terceira série tem lugar na segunda vinda de Cristo. O capítulo 19 começa com grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verda­deiros e justos são os Seus juízos. Versos 1 e 2. Mais adiante, no mes­mo capítulo, Cristo, retratado como cavalgando Seu cavalo branco, Se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Verso 11.

 

Por que essa preocupação com a justiça de Deus? A resposta se en­cerra em uma questão fundamental do plano da salvação. Se a lei con­dena à morte aqueles que a transgrediram, como pode Deus salvar al­guns pecadores, e outros não? E não é a graça dar perdão a algumas pessoas a despeito de sua vida pecaminosa algo tão injusto como qual­quer outra coisa?

 

É aí que a cruz entra em cena. Como Jesus morreu por mim e eu aceitei esse sacrifício pela fé, Deus está livre para me perdoar. Ele manteve Sua justiça pelo fato de ter defendido a lei e a pena de mor­te, mas Ele é também capaz de mostrar misericórdia àqueles que a de­sejam por causa do sacrifício do Cordeiro. A cruz está exatamente no centro de nossa fé [[42]].

 

Cumprindo a Lei no Céu

 

Ora, o essencial das coisas que temos dito é que possuímos tal Sumo Sacerdote, que Se assentou à destra do trono da Majestade nos Céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu não o homem. Hebreus 8:1 e 2.

 

Jesus não só deu sentido completo ou cumpriu a lei em Sua vida perfeita, Seu ministério e Sua morte no Calvário, mas continua fazen­do isto enquanto ministra em nosso favor no santuário celestial.

 

Do mesmo modo que os sacerdotes terrestres ofereciam sangue de bodes e carneiros pelos pecados do povo, também nosso grande Sumo Sacerdote oferece Seu próprio sangue para resgatar os pecados do Seu povo.

Cristo Se ofereceu uma vez por todas. Hebreus 10:10. Mas Ele não é apenas a oferta tipificada no serviço do santuário, Ele é também o sa­cerdote. Como Hebreus descreve: Cristo não entrou em santuário fei­to por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo Céu, para compa­recer, agora, por nós, diante de Deus. Hebreus 9: 24.

 

Cristo é nosso Sacerdote celestial, nosso Advogado. E o Seu mi­nistério será o mais bem-sucedido de todos os tempos. Seguindo a mes­ma linha de pensamento, o escritor de Hebreus registrou que também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sem­pre para interceder por eles. Hebreus 7:25.

 

Talvez a coisa mais maravilhosa no ministério de Cristo em nosso favor, na sala do trono de Deus, seja o fato de nós termos, conforme diz Hebreus, “plena certeza. 6: 11 e 10: 22 de Seu êxito como nosso Ad­vogado de defesa contra as acusações de Satanás.

 

Podemos aprender muito a respeito do trabalho de Jesus, estudan­do o sistema do santuário no AT. Infelizmente, com freqüência nos concentramos demais nos aspectos físicos do tabernáculo. É o ministério de Jesus, tanto em perdoar pecados como em rei­vindicar Seus seguidores por ocasião do juízo final, que marca o centro do sistema. O serviço consiste em mais do que simplesmente tábuas e tijolos; ele é a lição objetiva da certeza da nossa salvação [[43]].

 

 

Leis do Antigo Testamento Hoje

 

É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei. Lucas 16: 17.

Porém isto não quer dizer que a Lei perdeu sua força nem mesmo no menor ponto. Ela é tão forte e firme como o céu e a terra. Lucas 16: 17, A Bíblia Viva.

 

Bem, o que dizer da lei? Como cristão, de que maneira me rela­ciono com as inúmeras leis nos livros de Moisés?

 

Vamos considerar esses tipos de leis, uma de cada vez.

 

O primeiro grupo de leis de Moisés consiste nas leis legislativas que governam a nação de Israel. Mas Israel não é mais uma nação teo­crática, que tem Deus como líder. Próximo do fim do Seu ministério, Jesus salientou que uma mudança ocorreria, dizendo: Portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos. Mateus 21: 43. Essa nova nação é a igreja cristã. Por não existir mais a nação teocrática de Israel, as leis civis de Moisés já se cumpriram.

 

Em segundo lugar, aprendemos que as leis cerimoniais retratam em tipos a vida, morte e ministério celestial de Jesus. Uma parte disso já se cumpriu e a outra ainda está sendo cumprida. De acordo com a de­finição do NT, cristão é aquele que aceita Jesus como sua oferta queimada, seu sacrifício e seu sacerdote. Assim as leis ceri­moniais ainda se aplicam a todos nós, não no sentido de que devamos continuar oferecendo sacrifícios de sangue, mas em que diariamente apliquemos o sacrifício de Cristo à nossa vida e utilizemos cada dia o ministério de Jesus no santuário celestial.

 

No terceiro grupo, a lei moral refletida nos grandes mandamentos de amor de Jesus e apresentada nos Dez Mandamentos ainda está re­gendo a ordem moral do Universo. Por sua própria natureza, a lei mo­ral de Deus é inalterável. Deve ser escrita em nosso coração para que oriente nossos pensamentos e ações. Por causa da importância da lei moral, Jesus faz uma grande apresentação da relação do cristão para com ela em Mateus 5: 20 a 48 [[44]].

 

19 - Aquele, portanto, que violar um destes menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo, será chamado o menor no Reino dos Céus. Aquele, porém que praticar e ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus.

 

VIOLAR - Grego: lúô, desatar; ao referir-se a mandamentos significa quebrantar, anular, rescindir. Katalúô, destruir, é uma forma mais enfática do mesmo vocábulo. Ao empregar a forma verbal mais débil, lúô, Cristo quis mostrar que ainda por uma leve transgressão dos mandamentos se justifica que alguém seja chamado muito pequeno no reino. 

 

MENORES MANDAMENTOS - Os escribas tinham ordenado minuciosamente numa escala de importância relativa todos os preceitos da lei de Deus, as leis de Moisés tanto civis como cerimoniais e seus próprios regulamentos, supondo que se um mandamento menos importante contradizia a um mais importante, este anulava o primeiro. Por meio desse legalismo minucioso era possível inventar maneiras para revelar os mais claros requisitos da lei de Deus. Podem encontrar-se ilustrações da aplicação deste princípio em Mateus 23: 4, 14, 17 a 19, 23 e 24; Marcos 7: 7 a 13; João 7: 23. Considerava-se que era uma prerrogativa dos rabinos declarar que certas ações eram permitidas, e outras, proibidas. Jesus propôs claramente que, longe de liberar aos homens do cumprimento dos mandamentos da lei moral, era ainda mais estrito do que os expositores oficiais da lei, os escribas e rabinos porque não permitia em nenhum momento exceções. Todos os mandamentos eram igual e permanentemente obrigatórios [[45]].

 

MENOR NO REINO - Ínfimos entre os seres humanos, Alguns pensam que serão justificados aqueles que quebram os mandamentos, raciocinam que ocuparão o último lugar. Isto é um horror. Os pecadores nunca entrarão nas moradas das bem-aventuranças. Os que quebrantam os mandamentos e os que a eles se unem para violarem a lei divina são qualificados como ínfimos entre os homens, pois são desleais, e ensinam outros a quebrantar a lei de Deus. Cristo pronuncia uma sentença sobre os que pretendem ter conhecimento da lei e conduzem almas a confusão [[46]].

 

Deus nos deu santos preceitos, porque ama a humanidade. Para escudar-nos dos resultados da transgressão, revela os princípios de justiça. A lei é uma expressão do pensamento divino; quando recebida em Cristo, torna-se nosso pensamento. Ergue-nos acima do poder dos desejos e tendências naturais, acima das tentações que induzem ao pecado. Deus quer que sejamos felizes, e deu-nos os preceitos da lei para que, obedecendo-lhes, possamos ter alegria [[47]].

 

Na vida de Cristo se tornam patentes os princípios da lei; e, ao tocar o Espírito Santo de Deus o coração, ao revelar a luz de Cristo aos homens à necessidade que tem de seu sangue purificador e de Sã justificadora justiça, a lei é ainda um instrumento em nos levar a Cristo para sermos justificados pela fé. A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma. Salmos 19:7 [[48]].

 

Em toda experiência humana, o conhecimento teórico da verdade se tem demonstrado insuficiente para a salvação da alma. Não produz os frutos de justiça. Uma ciosa consideração pelo que é classificado verdade teológica acompanha freqüentemente o ódio pela verdade genuína, segundo se manifesta na vida. Os mais negros capítulos da História acham-se repletos de registros de crimes cometidos pôr fanáticos adeptos de religiões. Os fariseus pretendiam ser filhos de Abraão, e vangloriavam-se de possuir os oráculos de Deus; todavia essas vantagens não os preservavam do egoísmo, da malignidade, da ganância e da mais baixa hipocrisia. Julgavam-se os maiores religiosos do mundo, mas sua chamada ortodoxia os levou a crucificar o Senhor da glória [[49]].

 

ENSINAR - Comparar isto com o exemplo de Jeroboão, o qual pecou e fez pecar a Israel. I Reis 14: 16 [[50]]. 

 

MENOR NO REINO DOS CÉUS - Muito pequeno será chamado. Isto é, será considerado como o menos digno. Cristo não insinuou de nenhum modo que o que quebrantava os mandamentos e ensinava a outros a fazê-lo iria ao céu. Aqui afirma claramente qual seria o proceder que teria no reino para com os transgressores, isto é, a forma em que se apresentaria seus cará teres. Isto se aclara no verso 20, onde os escribas e fariseus que quebrantavam os mandamentos e ensinavam a outros a forma de fazer o mesmo, ficam terminantemente excluídos do reino [[51]].  

 

 

A LEI E O EVANGELHO

 

Quando Jesus falou acerca da Lei e o Evangelho estava estabelecendo implicitamente certos princípios gerais:

 

1. Estava dizendo que há uma continuidade entre o passado e o presente. Não devemos considerar a vida como uma batalha entre o passado e o presente. O presente cresce do passado.

 

Depois que Dunkerque, na II Guerra Mundial, teve uma tendência de encontrar um culpado para o desastre das forças britânicas na guerra, muitos quiseram realçar algumas discriminações com os que haviam dirigido a política no passado. Naquele tempo Winston Churchil disse algo muito sábio: Se nos preocuparmos com uma peleja no passado, no presente nada faremos e nos encontraremos também perdidos no futuro.

 

Tinha que haver uma Lei antes que houvesse o Evangelho. A humanidade aprenderia a diferença entre o bem e o mal, as pessoas aprenderiam sua própria limitação humana para cumprir a Lei e responder aos mandamentos de Deus, aprenderiam o sentimento do pecado e a incapacidade humana de guardar a Lei. Culpamos o passado por muita coisa, porém é necessário reconhecer nossa dívida para com o passado. Jesus via que era dever de toda pessoa não esquecer e nem destruir o passado, sim construir sobre ele os fundamentos do passado.

 

2. Nesta passagem Jesus está nos advertindo claramente que o cristianismo não é fácil. Alguns poderiam dizer: Cristo é o fim da lei, agora posso fazer o que me convém. Alguns poderiam pensar que todos os deveres e responsabilidades, todas as demandas são coisas do passado, porém Jesus nos adverte que a integridade do cristão deve exceder aos dos escribas e fariseus. O que queria dizer?

 

A motivação que tinham os escribas e fariseus era a Lei, sua única finalidade e desejo era satisfazer as demandas da Lei. Agora, ao menos em teoria, é perfeitamente possível satisfazer as demandas da Lei, pode-se chegar o tempo e dizer: Ele cumpriu todas as demandas da Lei, Ele cumpriu meu dever, a Lei não tem nenhum direito sobre mim. Porém a motivação que o cristão tem é o amor, o único desejo do cristão é mostrar sua maravilhosa gratidão pelo amor que Deus tem demonstrado no amor de Jesus Cristo. Não é possível nem sequer em teoria, satisfazer as demandas do amor. Se amamos a alguém de todo nosso coração, tudo o que for oferecido será pequeno.

 

Os judeus tratavam de satisfazer a Lei de Deus e sempre há um limite para as demandas da Lei. O cristão trata de mostrar a gratidão ao amor de Deus, e para as demandas do amor não há limites, nem tempo só a eternidade. Jesus nos apresenta não a Lei de Deus, mas o amor de Deus. Agostinho dizia que a vida cristã poderia ser resumida numa frase: Ama e faz o que queiras. Porém quando damos conta o quanto somos amados por Deus, nosso único anelo é responder a este amor e esta é a maior tarefa do mundo, porque nos apresenta uma tarefa não como uma obrigação de guarda, mas de tê-la no coração [[52]].

 

Levando Deus a Sério

 

Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos Céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos Céus. Mateus 5:19.

 

Porque cremos na graça, no perdão e no amor, é muito fácil pen­sar que Deus é tão despreocupado que não importa como vivemos ou o que fazemos. Não é assim.

 

Acima de todas as coisas, Deus quer a nossa felicidade, tanto ago­ra como na eternidade. E porque Ele deseja ver-nos felizes, leva nossas necessidades muito a sério. Somos importantes para Ele.

 

Como resultado dessa importância, Deus está fazendo tudo o que pode para conduzir a vida de Seu povo. No processo, Ele estabelece princípios de vida, para que sejamos mais saudáveis em todos os aspec­tos - espiritual, social, físico e mental.

 

Ele deu muitos desses princípios ao Seu povo no AT. Deu discernimento adicional para uma vida alegre e saudável no NT, e continua a guiar Seu povo nos tempos moder­nos através dos dons do Seu Espírito.

 

Ele deseja que atendamos aos Seus conselhos com a maior serieda­de, mesmo que pareçam ser mínimos ou sem importância para nós. Não vai adiantar nada atenuarmos esta ou aquela instrução bíblica por não se enquadrar em nossa agenda.

 

Não devemos apenas praticar os princípios divinos em nossa vida cotidiana; devemos também ensiná-los a outros. Esse ensino inclui nossa responsabilidade como pais e membros de família, nossas opor­tunidades na igreja, e nossas oportunidades na comunidade e no local de trabalho:

 

Somos representantes do Rei do Universo. E Ele quer que O leve­mos a sério, tanto quanto Ele leva a sério nossas necessidades e nossos problemas.

 

Por isso, como cristãos, sejamos fiéis tanto nas mínimas como nas grandes coisas do livro de Deus. E viveremos todas elas no meigo espírito de Cristo. Ajuda-nos, Pai, é nossa oração [[53]].

 

 

LEITURA ADICIONAL: A ESPIRITUALIDADE DA LEI

 

         Não vim para revogar, vim para cumprir. Mateus 5: 17

 

Fora Cristo que, por entre trovões e relâmpagos, proclamara a lei no monte Sinai. A glória de Deus, qual fogo devorador, repousara no cimo do monte, e este tremera ante a presença do Senhor. O povo de Israel, prostrado em terra, havia escutado em temor os sagrados preceitos da lei. Que contraste com a cena sobre o monte das bem-aventuranças! Sob um firmamento estival, sem som algum a quebrar o silêncio senão o cântico dos pássaros, Jesus desenvolveu os princípios de Seu reino. Todavia Aquele, que naquele dia falava ao povo em acentos de amor, estava-lhes desvendando os princípios da lei proclamada no Sinai. 

Ao ser dada a lei, Israel, degradado pela servidão no Egito, necessitara ser impressionado com o poder e a majestade de Deus; no entanto, Ele não menos Se lhes revelou como um Deus de amor. 

 

O Senhor veio de Sinai E lhes subiu de Seir; Resplandeceu desde o monte Parã E veio com dez milhares de santos; À Sua direita havia para eles o fogo da lei. Na verdade, amas os povos; Todos os Seus santos estão na Tua mão; Postos serão no meio, entre os Teus pés, Cada um receberá das Tuas palavras. Deuteronômio 33: 2 e 3

 

Foi a Moisés que Deus revelou Sua glória naquelas admiráveis palavras que têm sido a acariciada herança dos séculos: Iahweh, o Senhor, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado. Êxodo 34: 6 e 7

 

A lei dada no Sinai era a enunciação do princípio do amor, a revelação, feita a Terra, da lei do Céu. Foi ordenada pela mão de um Mediador, proferida por Aquele por cujo poder o coração dos homens podia ser posto em harmonia com os seus princípios. Deus revelara o desígnio da lei, quando declarara a Israel: Ser-Me-eis homens santos. Êxodo 22: 31

 

Mas Israel não percebera a natureza espiritual da lei, e com demasiada freqüência sua professada obediência não passava de uma observância de formas e cerimônias, em vez de ser uma entrega do coração à soberania do amor. Quando Jesus, em Seu caráter e Sua obra, apresentava aos homens os santos, generosos e paternais atributos de Deus, e lhes mostrava a inutilidade de meras formas cerimoniais de obediência, os guias judaicos não recebiam nem compreendiam Suas palavras. Achavam que Ele Se demorava muito ligeiramente nas exigências da lei; e quando lhes expunha as próprias verdades que constituíam a alma do serviço que lhes era divinamente indicado, eles, olhando apenas ao exterior, acusavam-nO de buscar derribá-la. 

As palavras de Cristo, conquanto proferidas com serenidade, eram ditas com uma sinceridade e poder que moviam o coração do povo. Em vão apuravam o ouvido à espera de uma repetição das mortas tradições e rigores dos rabis. Eles se admiravam da Sua doutrina, porquanto os ensinava com tendo autoridade e não como os escribas. Mateus 7:28 e 29. Os fariseus notavam a vasta diferença entre sua maneira de instruir e a de Cristo. Viam que a majestade, a pureza e beleza da verdade, com sua profunda e branda influência, estavam tomando posse de muitos espíritos.

 

O divino amor do Salvador, Sua ternura, para Ele atraíam os homens. Os rabis viam que, por Seus ensinos, era reduzido a nada todo o teor das instruções por eles ministradas ao povo. Ele estava destruindo a parede divisória que tão lisonjeira era ao seu orgulho e exclusivismo; e temiam que, caso isso fosse permitido, deles afastasse inteiramente o povo. Seguiam-nO, portanto, com decidida hostilidade, esperando encontrar ocasião para fazê-Lo cair no desagrado das multidões, habilitando assim o Sinédrio a conseguir Sua condenação à morte. 

 

No monte, Jesus estava de perto sendo observado por espias; e, ao desdobrar Ele os princípios da justiça, os fariseus fizeram com que se murmurasse que Seus ensinos estavam em oposição aos preceitos que Deus dera no Sinai. O Salvador nada dissera para abalar a fé na religião e nas instituições que haviam sido dadas por intermédio de Moisés; pois todo raio de luz que o grande guia de Israel comunicara a seu povo fora recebido de Cristo. Conquanto muitos digam em seu coração que Ele viera para anular a lei, Jesus com inequívoca linguagem revela Sua atitude para com os estatutos divinos. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas. Mateus 5: 17

 

É o Criador dos homens, o Doador da lei, que declara não ser Seu desígnio pôr à margem os seus preceitos. Tudo na Natureza, desde a minúscula partícula de pó no raio de sol até os mundos; nas alturas, encontra-se debaixo de leis. E da obediência a essas leis dependem a ordem e a harmonia do mundo natural. Assim, há grandes princípios de justiça a reger a vida de todo ser inteligente, e da conformidade com esses princípios depende o bem-estar do Universo. Antes que a Terra fosse chamada à existência, já existia a lei de Deus. Os anjos são governados por Seus princípios, e para que a Terra esteja em harmonia com o Céu, também o homem deve obedecer aos divinos estatutos. No Éden, Cristo deu a conhecer ao homem os preceitos da lei quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam. Jó 38: 7. A missão de Cristo na Terra não era destruir a lei, mas, por Sua graça, levar novamente o homem à obediência de Seus preceitos. 

 

O discípulo amado, que escutou as palavras de Jesus no monte, escrevendo muito depois sob a inspiração do Espírito Santo, fala da lei como de uma perpétua obrigação. Diz ele que o pecado é o quebrantamento da lei, e que todo aquele, que comete pecado, quebra também a lei. I João 3: 4, Tradução Trinitariana. Ele torna claro que a lei a que se refere é o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. I João 2: 7. Ele fala da lei que existia na criação, e foi reiterada no Monte Sinai. 

 

Falando da lei, Jesus disse: Não vim para revogar, vim para cumprir. Mateus 5: 17. Ele emprega aqui a palavra cumprir no mesmo sentido em que a usou quando declarou a João Batista Seu desígnio de cumprir toda a justiça. Mateus 3: 15; isto é, atender plenamente à exigência da lei, dar um exemplo de perfeita conformidade com a vontade de Deus. 

 

Sua missão era engrandecer a lei, e a tornar ilustre ou gloriosa. Isaias 42: 21, Tradução Trinitariana. Ele devia mostrar a natureza espiritual da lei, apresentar seus princípios de vasto alcance, e tornar clara sua eterna obrigatoriedade. 

 

A divina beleza de caráter de Cristo, de quem o mais nobre e mais suave entre os homens não é senão um pálido reflexo; de quem Salomão, pelo Espírito de inspiração escreveu: Ele traz a bandeira entre dez mil... Sim, Ele é totalmente desejável. Cantares 5: 10 e 16; de quem Davi, vendo-O em profética visão, disse: Tu és mais formoso do que os filhos dos homens. Salmo 45: 2; Jesus, a expressa imagem da pessoa do Pai, o resplendor de Sua glória, o abnegado Redentor, através de Sua peregrinação de amor na Terra, foi uma viva representação do caráter da lei de Deus. Em Sua vida se manifesta que o amor de origem celeste, os princípios cristãos, fundamenta as leis de retidão eterna.

 

Até que o céu e a Terra passem, disse Jesus, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido. Mateus 5: 18. Por Sua própria obediência à lei; Cristo testificou do caráter imutável da mesma, e provou que, por meio de Sua graça, ela podia ser perfeitamente obedecida por todo filho e filha de Adão. Ele declarou no monte que nem o pequenino jota seria omitido da lei até que tudo se cumprisse tudo quanto diz respeito à raça humana, tudo quanto se relaciona com o plano da redenção. Ele não ensina que a lei deva ser anulada, mas fixa o olhar no mais remoto horizonte humano, e assegura-nos de que até que esse ponto seja atingido, a lei conservará sua autoridade, de modo que ninguém julgue que Sua missão era abolir os preceitos da lei. Enquanto o céu e a Terra durarem, os santos princípios da santa lei de Deus permanecerão. Sua justiça, como as grandes montanhas. Salmo 36: 6 continuará fonte de bênção, difundindo torrentes para refrigerar a Terra. 

 

Visto a lei do Senhor ser perfeita, e imutável, é impossível aos homens pecadores satisfazer, por si mesmos, a norma de sua exigência. Foi por isso que Jesus veio como nosso Redentor. Era Sua missão, mediante o tornar os homens participantes da natureza divina, pô-los em harmonia com os princípios da lei celestial. Quando abandonamos nossos pecados, e recebemos a Cristo como nosso Salvador, a lei é exaltada. Pergunta o apóstolo Paulo: Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei. Romanos 3: 31

 

A promessa do novo concerto é: Porei as Minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos. Hebreus 10: 16. Conquanto o sistema de símbolos que apontava para Cristo como o Cordeiro de Deus que devia tirar o pecado do mundo havia de passar com Sua morte, os princípios de justiça contidos no Decálogo são tão imutáveis como o trono eterno. Nenhum mandamento foi anulado, nem um jota ou um til foi mudado. Os princípios que foram dados a conhecer ao homem no Paraíso como a grande lei da vida, existirão, imutáveis, no Paraíso restaurado. Quando o Éden volver a florir na Terra, a lei divina do amor será obedecida por todos debaixo do Sol. 

 

Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu. Salmo 119: 89. São... Fiéis, todos os Seus mandamentos. Permanecem firmes para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão. Salmo 111: 7 e 8. Acerca dos Teus testemunhos eu soube, desde a antiguidade, que Tu os fundaste para sempre. Salmo 119: 152

 

Qualquer,... Que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no reino dos Céus. Mateus 5: 19

 

Isto é, não terá lugar ali. Pois aquele que voluntariamente violar um mandamento, não observa, em espírito e verdade, a nenhum deles. Qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos. Tiago 2: 10

 

Não é a grandeza do ato de desobediência que constitui o pecado, a discordância com a vontade expressa de Deus no mínimo particular; pois isto mostra que ainda existe comunhão entre a alma e o pecado. O coração está dividido em seu serviço. Há uma virtual negação de Deus, uma rebelião contra as leis de Seu governo. 

 

Fossem os homens livres para se apartar das reivindicações do Senhor e estabelecer uma norma de dever para si mesmos, e haveria uma variação de normas para se adaptarem aos vários espíritos, e o governo seria tirado das mãos de Deus. A vontade do homem se tornaria suprema, e o alto e santo querer de Deus, Seu desígnio de amor para com Suas criaturas, seria desonrado, desrespeitado. 

Sempre que os homens preferem seus próprios caminhos, põem-se em conflito com Deus. Eles não terão lugar no reino do Céu, pois se encontram em guerra com os próprios princípios do mesmo. Desconsiderando a vontade de Deus, estão-se colocando ao lado de Satanás, o inimigo do homem. Não por uma palavra, nem muitas palavras, mas por toda palavra que sai da boca de Deus viverá o homem. Não podemos desatender uma palavra, por mais insignificante que nos pareça, e estar seguros. Não há um mandamento da lei que não se destine ao bem e à felicidade do homem, tanto nesta vida como na futura. Na obediência à lei de Deus, o homem se acha circundado como por um muro, e protegido do mal. Aquele que, em um só ponto que seja, derruba essa barreira divinamente erigida, destruiu-lhe o poder para guardá-lo; pois abriu um caminho pelo qual o inimigo pode entrar, para estragar e arruinar. 

 

Arriscando-se a desprezar a vontade de Deus em um ponto, abriram nossos primeiros pais as comportas da miséria sobre o mundo. E todo indivíduo que segue o seu exemplo ceifará idênticos resultados. O amor de Deus fundamenta cada preceito de Sua lei, e aquele que se afasta do mandamento está operando sua própria infelicidade e ruína [[54]].

 

 

Autor: Pastor Itamar de Paula Marques



[1] CBASD, vol. 5, p. 322.

[2] CBASD, vol. 5, p. 322.

[3] Bíblia, Missionários Capuchinhos, Lisboa, p. 979.

[4] CBASD, vol. 5, p. 322.

[5] Bíblia Círculo do Livro, Editora Vozes, p. 1182.

[6] CBASD, vol. 5, p. 322.

[7] BJ, p. 1.846.

[8] Desejado de Todas as Nações, p. 289.

[9] CBASD, vol. 5, p. 323.

[10] O Evangelho Cotidiano, Catecismo da Igreja Católica 577 a 581.

[11] Comentário ao Novo Testamento, Mateus, vol. 1, William Barclay. Editora Clie, pp. 151 a 152.

[12] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 91.

[13] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 92.

[14] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 93.

[15] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 94.

[16] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 95.

[17] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 96.

[18] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 97.

[19] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 98.

[20] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 99.

[21] BJ, p. 1.846.

[22] CBASD, vol. 5, p. 323.

[23] Bíblia Anotada, Editora Mundo Cristão, Charles C. Ryrie, p.1188.

[24] Sings of the Times 31/7/1901.

[25] CBASD, vol. 5, p. 323.

[26] EGW, Meditações Matinais 1995, O Cuidado de Deus, p. 229.

[27] CBASD, vol. 5, p. 323.

[28] CBASD, vol. 5, p. 323.

[29] BJ, p. 1.846.

[30] CBADD, vol. 5, p. 323.

[31] CBADD, vol. 5, p. 323.

[32] Comentário ao Novo Testamento, Mateus, vol. 1, William Barclay. Editora Clie, pp. 152 a 155.

[33] Comentário ao Novo Testamento, Mateus, vol. 1, William Barclay. Editora Clie, pp. 155 a 157.

[34] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 100.

[35] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 101.

[36] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 102.

[37] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 103.

[38] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 104

[39] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 105

[40] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 106

[41] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 107

[42] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 108

[43] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 109

[44] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 110.

[45] CBADD, vol. 5, pp. 323 e 324.

[46] Review and Herald, 15 - 11- 1898.

[47] Desejado de Todas as Nações, Ellen Gold White, CPB, p. 289.

[48] Desejado de Todas as Nações, Ellen Gold White, CPB, p. 290.

[49] Desejado de Todas as Nações, Ellen Gold White, CPB, p. 291.

[50] CBASD, vol. 5, p. 324.

[51] CBASD, vol. 5, p. 324.

[52] Comentário ao Novo Testamento, Mateus, vol. 1, William Barclay. Editora Clie, pp. 157 a 158.

[53] Caminhando com Jesus No Monte das Bem Aventuranças, MM 2001, George R. Knight, CPB, p. 111.

[54] O Maior Discurso de Cristo, Ellen Gold White, CPB, pp. 45 a 52.